O delegado da Polícia Federal (PF) Filipe Hille Pace, um dos responsáveis pela investigação da 35ª fase da Lava Jato, que prendeu nessa segunda-feira o ex-ministro Antonio Palocci, citou o pagamento de propinas relacionadas às obras da Terceira Perimetral em Porto Alegre. Outros empreendimentos em todo o País também foram mencionados durante a coletiva que serviu para detalhar a relação de Palocci com o grupo Odebrecht.
De acordo com Pace, a operação de hoje, chamada de Omertà, foi realizada em decorrência do aprofundamento dos investigadores nos materiais apreendidos ainda na fase denominada de Acarajé, marcada pela prisão do publicitário João Santana e da sua esposa. “Além dessas prisões, foi apreendida uma planilha que foi chamada de ‘programa especial italiano’, que trouxe muita atenção. Na época não tínhamos certeza de quem a Odebrecht falava. Finalmente, a partir dos trabalhos feitos na 26ª fase nós conseguimos entender como o esquema funcionava, o que nos levou a retornar ao que foi feito ainda na 14ª etapa, marcada pelo envolvimento da Odebrecht”, explicou.
O delegado destacou que somente uma mulher, que atuou como colaboradora da Operação Lava Jato, “teve a coragem de quebrar o silêncio que impera na Odebrecht sobre a ofensiva. “A colaboração dessa pessoa descortinou a operação e ela nos trouxe conhecimento que permitiu retornar ao material apreendido na 14ª fase para poder chegar até aqui. Ela não sabia quem eram os beneficiários, mas nos passou dados importantes que nos permitiram afirmar que italiano era Antonio Palocci”, afirmou Pace. (Correio do Povo)