Na cidade chinesa de Xangai, para onde se mudou a trabalho, o arquiteto Gabriel Kyoshima está cauteloso diante do novo tipo de coronavírus que teve origem no país. Mas há outra coisa o preocupando, e ela vem do Brasil diretamente para seu celular.
“Minha mãe me mandou um vídeo que recebeu em grupos — de pessoas correndo, caindo, parecia vídeo de ataque de zumbi. Nem era na China. A gente está sendo bombardeado de fake news”, desabafa Kyoshima, de 30 anos, sobre informações falsas sobre a China e o surto atual de coronavírus.
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“É fácil divulgar vídeo da China sem conhecer o país. No mundo é normal isso: o chinês é tratado como uma invasão. Estou muito cansado disso e bravo com esse preconceito”, diz o arquiteto, que é descendente de japoneses, à BBC News Brasil.
O relato de Kyoshima se junta a outros pelo mundo de reações preconceituosas contra pessoas associadas à China — seja por sua nacionalidade, ascendência familiar ou aparência física.
Na França, por exemplo, relatos de hostilidades vividas por estas pessoas no transporte público, em escolas e em unidades de saúde estão sendo reunidos pela hashtag #JeNeSuisPasUnVirus (#NãoSouUmVírus).
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