Porto Alegre, sexta, 19 de abril de 2024
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A Escola de Direito de fachada que formava os doutores da temida polícia secreta da Alemanha Oriental; BBC Brasil

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A Stasi atuava como a polícia secreta da Alemanha Oriental. GETTY IMAGES

 

 

Desde a sua criação na então Alemanha Oriental, em 1950, o Ministério para Segurança Estatal (Stasi) atuou para manter o Partido Socialista Unificado da Alemanha (SED) no poder. E os esforços da polícia secreta nesse sentido incluíram até uma Escola Superior de ensino em Potsdam, cidade próxima a Berlim, para treinar parte de seus funcionários.

Cerca de 30 mil funcionários da Stasi passaram pela Academia de Direito em Potsdam (e outras instituições afiliadas). O nome, usado a partir de 1965, servia como uma fachada, pois o currículo jurídico era limitado e o foco era o treinamento ideológico em marxismo-leninismo e técnicas operacionais/vigilância para chefes de unidades da polícia secreta.

Ainda assim, a escola formou mais de 400 doutores e milhares de graduados com título de Diplom-Jurist, algo como um diploma de advogado.

“O uso de títulos acadêmicos era uma mistura de camuflagem e uma tendência a fingir padrões acadêmicos elevados, os quais a Stasi nunca conseguiu atender devido ao nível bastante baixo de educação entre os oficiais e sua postura deliberadamente anti-intelectual”, diz à BBC News Brasil Jens Gieseke, chefe do departamento de Comunismo e Sociedade no Centro Leibniz para História Contemporânea, em Potsdam.

Os alunos da Academia de Direito eram parte de um dos aparatos de vigilância mais sofisticados da história, usado pela Stasi durante 40 anos para controlar todos os aspectos da sociedade alemã oriental e seus cidadãos.

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