Porto Alegre, domingo, 29 de setembro de 2024
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Análise: sem revisão de modelo, ódio e polarização continuarão a ser o filão das redes sociais; RFI

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O governo francês vê urgência em uma regulamentação maior das redes sociais, após assassinato de professor na França. ©NICOLAS ASFOURI / AFP

 

 

As redes sociais estão no “banco dos acusados” depois do atentado terrorista contra o professor Samuel Paty, na França. Os diretores locais das empresas Facebook, Google, YouTube, Twitter, Tiktok e Snapchat foram convocados nesta terça-feira (20) pela ministra francesa para a Cidadania, Marlène Schiappa, para discutir um reforço na luta contra o ciberislamismo. Para muitos analistas, no entanto, a iniciativa tende ao fracasso se o modelo econômico das plataformas digitais não for revisto.

Os vídeos que questionavam o professor, assassinado na sexta-feira (16) por ter mostrado caricaturas de Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão, circularam no Facebook e no WhatsApp. O autor do ataque tinha uma conta Twitter identificada pelo governo francês como radical. As relações entre as mensagens e o ato terrorista ainda não foram comprovadas, mas as redes sociais não conseguiram escapar de acusações.

Para analistas ouvidos pela RFI, pedir às plataformas para combater mensagens que propagam o ódio e a violência não passa de uma medida cosmética, que não questiona o modelo econômico desses meios digitais.

“As redes são feitas para captar nossa atenção e para isso a emoção é mais útil do que a inteligência”, explica Thomas Huchon, jornalista especializado em internet e desinformação. “No modelo econômico do Facebook e de outras plataformas, é o mais forte que ganha, é o fascismo, não a democracia”, afirma.

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