“Buenos días, Panamá!” É da varanda com vista para a Cidade do Panamá que todos os dias a goiana Viviane Naves saúda seus seguidores de uma rede social. Deste ponto privilegiado da capital panamenha ela usa o humor para se conectar com o país onde chegou em 2020, em plena pandemia da Covid-19. Também é de lá que agora ela acompanha as manifestações que, nas últimas semanas, vêm agitando este país da América Central.
A insatisfação que tomou conta das ruas de diversas regiões e da capital panamenha começou a ser sentida logo após o fim do confinamento e foi motivada principalmente pelo alto custo de vida. “Após esse período de euforia por recuperar a vida normal do cotidiano, começou essa sensação de que tudo estava caro, da falta de alimentos nos supermercados pela dificuldade de chegar [a mercadoria aos estabelecimentos]. Havia uma sensação de dificuldade de trabalho, das pessoas conseguirem dinheiro”, ela lembra.
Neste país onde o Produto Interno Bruto (PIB) per capta é de US$ 14,5 mil, de acordo com o Banco Mundial, o desemprego chega a 10% e a informalidade gira em torno de 50%, informa a Contraladoria Geral do Panamá. E com a economia dolarizada, o custo de vida é bastante alto. “A comida aqui é muito cara. O custo de vida no Panamá é bem caro. Isso me assustou muito no início. Desde o início eu sentia essa preocupação [por parte do povo].”
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