Porto Alegre, sábado, 23 de novembro de 2024
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Girasole foi a mais longeva casa noturna de Porto Alegre, por Marcello Campos/Jornal do Comércio

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Estabelecimento do cantor e empresário Edgar Pozzer foi o mais duradouro do segmento na capital gaúcha MARCELLO CAMPOS/ESPECIAL/JC

 

 

A vida social de Porto Alegre já foi cenário de casas noturnas para quase todos os gostos, idades e bolsos. Mas nenhuma chegou tão longe quanto o Girasole. Inaugurado em 20 de julho de 1970 pelo cantor Edgar Pozzer e a então esposa Salli Regina (1939-2022), o espaço localizado na loja térrea de um prédio residencial de quatro andares no número 435 do prolongamento da rua Vieira de Castro, bairro Santana, deteve marcas dignas de um imaginário livro dos recordes gaúchos, por funcionar de forma ininterrupta e com o mesmo dono durante exatos 47 anos, três meses e 11 dias, até pedir a conta em 31 de outubro de 2017.

O negócio surgiu como bar-chopp de configuração simples porém caprichada, em sociedade com o primo Carlinhos Vial e o tecladista Heitor Barbosa (que deixariam o negócio no ano seguinte para cuidar de outros interesses). “Percorri a cidade até bater o olho no ponto, onde antes funcionaram açougue e depois farmácia”, conta o aposentado Edgar, 84 anos, à época morador da vizinha rua Jacinto Gomes e que já acumulava mais de uma década como crooner do Conjunto de Norberto Baldauf (1953-2010), mais popular e longevo grupo de bailes do Estado.

Igualmente decisivo foi o protagonismo de Salli Regina, mãe de seus dois filhos e cuja participação não se resumiu a colocar mãos à obra na reforma do espaço, respingando as galochas com argamassa. Seu toque pessoal seria responsável por um cardápio que incluía atrativos como água de coco servida na própria fruta, sanduíche de lagosta, uma receita exclusiva de bolinhos de queijo e o “Mafioso” – pão exclusivo, com recheio de linguiça calabresa, parmesão e pimenta dedo-de-moça, tudo servido em louças produzidas na serra gaúcha.

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