Porto Alegre, sexta, 27 de setembro de 2024
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Com decisões de cima para baixo, escolha de comandos dos partidos refletem pouca democracia interna, por Lucas Mathias/O Globo

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Levantamento feito pelo GLOBO mostra que, dos 23 partidos com representação no Congresso, 11 têm presidentes com ao menos sete anos de mandato consecutivo. De cima para baixo. PSDB transmitiu presidência nacional a Eduardo Leite, enquanto Gleisi Hoffmann se manteve na presidência do PT, após decisões da cúpula dos partidos. Foto: Evandro Leal e Roberto Casimiro/Fotoarena

 

 

Em processo de reconstrução, o PSDB anunciou, no fim de novembro, que o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assumirá a presidência da sigla a partir de 2023. A escolha partiu do atual mandatário tucano, Bruno Araújo. Movimento similar foi feito com a deputada Gleisi Hoffmann, reconduzida ao comando do PT até o fim do ano que vem com as bençãos do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Em comum, as decisões foram tomadas de cima para baixo, e não foram frutos de votação interna, como é feito tradicionalmente.

Levantamento feito pelo GLOBO mostra que, dos 23 partidos com representação no Congresso, 11 têm presidentes com ao menos sete anos de mandato consecutivo. O cenário, a longo prazo, tende a facilitar a perpetuação de chefes no poder dos partidos e enfraquecer o processo democrático interno. O PL do presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, é presidido por Valdemar Costa Neto há 22 anos. No caso do PV, é José Luiz Penna o comandante desde 1999. O campeão, no entanto, é Roberto Freire, que preside o Cidadania há 30 anos, desde 1992, quando a legenda surgiu oriunda do PCB, e ainda era chamada de PPS.

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