Porto Alegre, sábado, 23 de novembro de 2024
img

Acordo de Lula e Centrão ‘rende’ R$ 12 milhões em emendas a deputados e R$ 39 milhões a senadores, por Daniel Weterman/O Estado de São Paulo

Detalhes Notícia
Acordo discutido entre presidente eleito e congressistas envolve dividir verba do orçamento secreto entre emendas individuais e despesas do Executivo, aumentando o valor que cada congressista terá em 2023. Presidente da Câmara e candidato à reeleição, Arthur Lira (PP-AL) tenta garantir o poder do Congresso para determinar a aplicação dos quase R$ 20 bilhões do orçamento secreto reservados para o ano que vem, após o STF considerar inconstitucional o modelo de pagamento das emendas de relator, base do esquema. Foto: Paulo Sérgio/Agência Câmara - 07/06/2022

 

 

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso Nacional negociaram um pagamento extra de emendas parlamentares para cada deputado e senador em troca da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição ainda nesta terça-feira, 20. A partir do ano que vem, cada deputado terá R$ 12,4 milhões a mais em emendas individuais, com pagamento obrigatório pela Constituição, e cada senador terá R$ 39,3 milhões a mais para contemplar redutos eleitorais.

O valor foi o preço colocado por líderes do Centrão para aprovar a PEC e deve vir dos recursos que estavam reservados ao orçamento secreto, após o Supremo Tribunal Federal derrubar o mecanismo. Na prática, a negociação mantém domínio dos congressistas sobre ao menos parte dos repasses mesmo após a decisão da Corte.

Inicialmente, o acordo envolvia um rateio igualitário entre deputados e senadores, mas, após negociações, os líderes do Legislativo decidiram manter a distribuição que era feita no orçamento secreto entre Câmara e Senado, com dois terços para os deputados e um terço para os senadores. Como há menos senadores do que deputados, o valor individual acabou ficando desigual.

Leia mais em O Estado de São Paulo