Porto Alegre, sexta, 27 de setembro de 2024
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‘O algoritmo segue promovendo desinformação e ódio nas redes’, diz jornalista, por Eduardo Graça/O Globo

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Autor de 'A máquina do caos' diz que é crucial entender as consequências da facilitação do uso das redes sociais à extrema direita no Brasil para se tatear o futuro global das plataformas. Manifestação antidemocrática acaba em invasão do Congresso Nacional e depredação do patrimônio público. Foto: Cristiano Mariz

 

 

Definido pelo New York Times como relato “devastador e definitivo” dos impactos das redes sociais na saúde mental das pessoas e em eventos de proporções históricas, “A máquina do caos: como as redes sociais reprogramaram nossa mente e nosso mundo”, de Max Fisher, acaba de ser lançado no Brasil. Eleito um dos cinco melhores trabalhos de excelência em jornalismo em 2022 pela New York Public Library, o livro mostra como Facebook, Twitter e YouTube, entre outros, identificaram e usaram fragilidades psicológicas dos usuários para criar algoritmos focados em engajamento impulsionado por opiniões e ações extremadas. Fisher, que foi colunista e repórter da editoria de Internacional do Times até o mês passado, fez dezenas de entrevistas para o livro, inclusive no Brasil, onde observou o avanço do bolsonarismo em paralelo à multiplicação de notícias falsas nas redes como o kit gay e a guerrilha digital antivacina.

Ele também esmiuçou centenas de pesquisas e recebeu documentos vazados por delatores do Vale do Silício para derrubar a tese de que as redes são meras ferramentas que refletem a natureza humana. Para o especialista no tema, que vê o Brasil como “janela privilegiada para se entender as redes sociais nos próximos anos”, elas estimulam comportamentos extremistas e disseminam notícias falsas pautadas pela lógica irresponsável do lucro garantido pelo algoritmo.

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