Construído em 1882, o histórico Casarão dos Bina está sendo restaurado pela Prefeitura de Gravataí. A partir da conclusão das obras, prevista para junho, um dos imóveis mais antigos do município passará a ser utilizado como museu permanente e espaço de cultura, convivência e local de eventos. O prédio em estilo arquitetônico luso-açoriano, que testemunhou a transformação de um pequeno povoado na quarta maior economia do Rio Grande do Sul, está em obras desde 2022.
O restauro envolve a cobertura, a recuperação das paredes, a substituição do assoalho comprometido por cupins, infiltrações e a ação do tempo, a renovação das redes hidráulica e elétrica, a construção de um deque e o paisagismo. O trabalho atingiu 75% de conclusão.
“Gravataí fez um projeto de restauro de verdade, desde a concepção até a execução, respeitando todas as características do edifício. Na parte externa, estamos aplicando cal branco, como se fazia na época. As janelas serão na cor verde, como era”, conta o arquiteto Lucas Volpatto, da Studio1 Arquitetura, responsável pelo projeto de restauro.
O prédio ficará acessível a pessoas com deficiência, pois ganhou rampas. Também está sendo construído um deque nos fundos do local para servir como minipalco para apresentações artísticas e culturais, além de uma área de convivência. O projeto também contempla climatização. O investimento da prefeitura é de R$ 1,8 milhão em todas as fases.
“O Casarão dos Bina será ressignificado após o restauro. É um imóvel fundamental para contar a história da nossa gente e que terá um novo uso para promover a cultura e a arte na nossa cidade. Será mais um local de convívio e integração para a comunidade de Gravataí. Isso reforça o nosso compromisso com a cultura e a memória do município. No ano passado, o antigo prédio da prefeitura, localizado em frente à praça central, já havia sido entregue à área cultural para ser preservado e servir de palco de exposições e apresentações artísticas”, destaca o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB).
A história
O Casarão dos Bina cumpriu diferentes papéis. Nos primeiros anos, ainda durante o período de escravidão, abolida em maio de 1888, o porão do casarão foi usado como senzala. Originalmente, o casarão estava inserido em uma propriedade rural de 40 hectares da família de Carlos Bina. Depois, a área cedeu lugar ao bairro Moradas do Sobrado. Antes de ser desativado para as obras de restauração, foi sede da extinta Fundação Municipal do Meio Ambiente.