Os desafios atuais relacionados à saúde nas empresas foi o painel Conecta Talks realizado na 4ª edição Sesi Conecta Saúde, promovido pelo Sistema FIERGS, e que teve o encontro dos líderes Geraldo José Alexandrini (diretor-presidente, representando o grupo Bigfer), José Paulo Medeiros (diretor, representando a Tramontina S.A. Cutelaria) e Marcos Dillenburg (CEO, representando a Novus Produtos Eletrônicos), com mediação do médico, professor e escritor Eugênio Mussak. O evento ocorreu no Centro da Indústria, Comércio e Serviço (CIC), em Bento Gonçalves, nos dias 21 e 22 de novembro.
Mussak contextualizou a importância do cuidar e os participantes se apresetaram , contando um pouco de suas experiências. Alexandrini elencou ações da Bigfer pensadas para acolher os colaboradores, um dos três pilares para uma empresa prosperar (além de cliente e produto), segundo o próprio. “A gente sempre foi ao encontro da necessidade dos nossos colaboradores, fazendo com que eles tivessem segurança. Nós temos um cuidado muito grande com nossos colegas, graças à presença feminina que temos na nossa direção”, relatou o dirigente da Bigfer.
Marcos Dillenburg trouxe o caso da Novus, uma industria de médio porte. Conforme o CEO, a empresa pensa na diversidade do quadro funcional por meio de uma série de iniciativas para promover saúde, bem-estar e senso de pertencimento. “Essa postura é a manifestação da cultura organizacional que já estava lá desde o começo. Mas também fizemos essa cultura orientar novas ações. Porque se a pessoa não está bem, jamais terá bom desempenho na empresa. E não podemos nos omitir, tanto para ajudar um ser humano quanto para a produtividade”, ponderou Dillenburg.
José Paulo Medeiros aproveitou seu tempo para elencar iniciativas positivas para estimular o cuidado consigo e com os colegas. Entre elas, facilidades educacionais para familiares de colaboradores e programas de segurança no trabalho e de acolhimento, bem como capacitação de líderes. “Temos 175 gestores entre 3,5 mil colaboradores da nossa empresa-mãe, que é a Tramontina Cutelaria. E esses profissionais precisam estar preparados para lidar com pessoas, pois trabalham com jovens recém-formados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e com gente de 70 anos”, pontuou.
Segundo dia abordou burnout, cuidado e envelhecimento
A programação do Sesi Conecta Saúde nesta sexta abriu com a palestra “Burnout: o que ainda precisamos discutir”, do médico, advogado e professor Marcos Mendanha. O especialista elencou tipos de esgotamento, citou pesquisas e falou sobre origem do termo e de alternativas para evitar o burnout no ambiente de trabalho. “Nenhum empregador acorda querendo esgotar seus trabalhadores. Eles sabem que trabalhador “burnoutado” não produz”, afirmou Mendanha.
O especialista lembrou, ainda, que trabalho é compromisso e que, por mais que o colaborador goste do que faz, isso não significa que não haverá dias difíceis, com tarefas que não gosta de executar. Nesse contexto, uma dica para motivar as equipes é que os líderes estejam envolvidos e que mostrem caminhos positivos para os times. “A palavra ensina, o exemplo arrasta”, disse o painelista, recorrendo ao dito atribuído ao mestre chinês Confúcio para ilustrar seu ponto de vista.
“Cuidar é um trato nosso” foi o tema explorado pela pesquisadora e facilitadora de processos de aprendizagem com foco em Saúde e Segurança do Trabalho (SST), Juliana Bley. De acordo com ela, cuidar é criar condições mais favoráveis à vida do que à doença. O que trouxe questionamentos pertinentes – uma marca do evento, que instigou o público a refletir sobre o ambiente de trabalho empresarial. “Como o trabalho pode ser um ambiente de vida? Como se pode conectar cuidado com resultado?”, indagou Juliana.
No encerramento do Sesi Conecta Saúde, a economista e PhD em Estudos Populacionais Ana Amélia Camarano proferiu a palestra “Impactos do envelhecimento populacional na economia e nas políticas públicas”. A pesquisadora destacou que mais pessoas atingem uma idade avançada, mas ponderou como isso tem um custo e requer mudanças na sociedade, dada a pressão nos sistemas previdenciário e de saúde.“Isso nos faz pensar se envelhecer é uma conquista ou um problema. Os custos crescem em razão dos anos a mais vividos e dos avanços da tecnologia médica para prolongar a vida humana”, refletiu Ana Amélia.
Troféu Sesi Boas Práticas em Saúde e Bem-estar
Durante a manhã de sexta-feira também ocorreu a entrega do Troféu Sesi Boas Práticas em Saúde e Bem-estar, que reconhece empresas e indústrias gaúchas que promovem ambientes de trabalho saudáveis, desenvolvido em parceria com o Great Place to Work (GPTW). Os critérios avaliados consideraram cultura organizacional, gestão de pessoas, ambiente de trabalho seguro e saudável e desenvolvimento socioambiental. As empresas foram premiadas em três categorias – Grande, Média e Pequeno Porte –, com três troféus concedidos em cada uma, totalizando nove premiações. Os prêmios foram entregues pelo superintendente regional do Sesi-RS, Juliano Colombo.
Para buscar o selo de boas práticas em saúde e bem-estar é necessário ter a certificação Great Place to Work até dezembro de 2024 e responder a um questionário específico do Sesi-RS, que avalia práticas de saúde e bem-estar nas empresas. A inscrição é gratuita e, para o 2º ciclo, pode ser realizada até 15 de fevereiro. Outras informações podem ser acessadas aqui.
Premiados com o troféu Sesi de Boas Práticas em Saúde e Bem-Estar
Pequeno porte
1º lugar – Construtora Cavagni (Erechim)
2º lugar – SPM Couros (Ivoti)
3º lugar – BrPhonia Telecom (Santa Rosa)
Médio porte
1º lugar – Motasa (Taquari)
2º lugar – HT Micron Semicondutores (São Leopoldo)
3º lugar – Schuster (Santa Maria)
Grande porte
1º lugar – Usaflex (Igrejinha)
2º lugar – JTI Brasil (Santa Cruz do Sul)
3º lugar – Bruning Tecnometal (Panambi)