O IBGE divulgou na manhã de hoje os dados da PNAD de outubro e segundo a pesquisa nunca houve tantos brasileiros trabalhando. A melhora é generalizada e em praticamente todas as métricas: trabalhadores com carteira assinada, no setor privado, queda da subutilização, população desocupada e por aí vai.
Vale notar que o Rendimento Médio Real Habitual não subiu de maneira significativa na margem apesar da queda do desemprego, o que em tese significa que não há pressões inflacionárias adicionais via custos dos salários.
Contudo, uma vez que há mais pessoas trabalhando, a Massa Salarial segue em alta e sobe 2,4% na margem e 7,7% no ano.
Isso tudo seria motivo de comemoração – e de fato é uma ótima notícia – mas como tenho apontado há algum tempo o mercado está de tal forma que “a notícia ruim é que está bom”, ou seja, melhoras na atividade real são contabilizadas como pressões inflacionárias difusas que por sua vez exigem mais juros.
Como argumentei no início da semana provavelmente o Banco Central brasileiro terá que elevar o ritmo de alta da SELIC em dezembro, nem que seja de maneira pontual, para mais que 50 pontos base, muito provavelmente 75 pontos. Desta forma a taxa SELIC deve fechar 2024 em 12%.