Porto Alegre, sexta, 20 de setembro de 2024
img

SOB A SOMBRA DA VIOLÊNCIA NA AMAZÔNIA

Detalhes Notícia

Maria Márcia Elpidia de Melo, líder de um assentamento de agricultores no estado do Pará, denunciou publicamente a apropriação ilegal de terras. Ela não vê seu filho único, Elmiro, há mais de seis meses: em 2019, o jovem de 20 anos foi espancado e recebeu ameaças de morte de agressores desconhecidos. Por isso, ela insistiu para que ele deixasse a região.

A mãe solteira de 42 anos vive no assentamento Terra Nossa desde 2006, numa casa térrea de tijolos. Uma luz sarapintada entra pela janela, enquanto ela se debruça sobre a mesa da cozinha, ao reconhecer que seu trabalho colocou sua vida em perigo. A agricultora e presidente da Associação de Produtores Rurais Nova Vitória acabou se envolvendo cada vez mais em disputas por terras.

“O que não posso aceitar é que matem meu filho”, diz, com os olhos marejados. “Por enquanto ele está seguro, mas eu não vou visitá-lo porque tenho medo que alguém vá me seguir.” Antes de deixar a região, Elmiro ajudava a mãe.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra, que monitora a violência no campo, três moradores do vilarejo foram assassinados em 2018. Desde então, 16 habitantes na região receberam ameaças de morte em razão de conflitos de terra.

Leia mais em Deutsche Welle