A troca no comando da Polícia Federal e a saída do ex-juiz federal Sérgio Moro do governo nesta sexta-feira, 24, têm as digitais do vereador Carlos Bolsonaro (RJ), observam interlocutores do Palácio do Planalto. Na avaliação de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, a área da inteligência, da Justiça e Segurança Pública pode ganhar um rótulo de “empresa familiar”.
Ao justificar seu pedido de demissão, Moro expôs os interesses que lhe foram transmitidos pelo presidente: interferir politicamente na PF, ter acesso a relatórios de inteligência e controlar inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento brusco de Bolsonaro foi interpretado por setores do Congresso como uma pretensão do presidente de blindar a própria família, que figura em apurações que podem render reveses políticos.
O interesse do filho zero dois em ter influência sobre agentes federais ficou nítido em julho de 2019. Após a prisão de um militar integrante da comitiva presidencial na Espanha com 39 kg de cocaína, Carlos passou a criticar o Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela segurança do pai, e a defender a transferência dessa responsabilidade para a Polícia Federal.
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