Quando, em 24 de março, o governo indiano iniciou um estrito isolamento da população e ordenou o fechamento de comércio e serviços não essenciais, o número de casos positivos de coronavírus somava cerca de 500. Com uma população de 1,3 bilhão e cidades densamente povoadas, as autoridades sabiam que o alastramento da doença poderia tomar uma dimensão catastrófica.
Mais de dois meses, 280 mil casos e 8 mil mortes depois, a Índia começou, nesta semana, a aliviar o confinamento, a despeito dos recentes recordes diários de diagnósticos positivos e da escassez de leitos no país. Mas há vários alertas de que os números de casos e mortes estão subnotificados.
Em reportagam publicada nesta sexta-feira (12/6), o jornal britânico Financial Times cita fontes de hospitais em Nova Déli que colocam os dados oficiais em dúvida. Segundo o jornal, nas últimas duas semanas, os crematórios e cemitérios estão tendo dificuldades para lidar com o alto número de mortos.
Em entrevista à agência de notícias Press Association, o médico e presidente do Fórum Progressivo de Médicos e Cientistas, Harjit Singh Bhatti, diz que o país está “sentado sobre uma bomba-relógio”.
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