Porto Alegre, sexta, 19 de abril de 2024
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Brasil passou do sonho à distopia, diz estudioso francês; BBC News Brasil

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'O Brasil vive um processo acelerado de erosão democrática', opina o acadêmico Estrada sobre governo de Jair Bolsonaro (acima). Direito de imagem EPA

 

 

No período de uma década, o Brasil “passou do sonho à distopia”, afirma Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe (Opalc) da universidade Sciences Po de Paris, ao comparar o cenário atual brasileiro com ficções que retratam governos totalitários ou ideologias que criam condições de vida insuportáveis à sociedade.

Em entrevista à BBC News Brasil, Estrada defende que o tripé “democracia/crescimento/previsibilidade” que fazia o Brasil ser visto há dez anos como “o campeão dos emergentes” ruiu e que o “inaceitável passou a se tornar aquilo que é normal” no governo do presidente Jair Bolsonaro.

“O Brasil vive um processo acelerado de erosão democrática”, opina o acadêmico. “Qual presidente de uma democracia reivindica sua filiação à ditadura militar e defende a tortura?”

Para sustentar sua teoria de que o país vive uma distopia — palavra usada para descrever locais sob sistemas opressores e autoritários e para designar o oposto de utopia —, Estrada cita a demissão de técnicos do Ministério da Saúde, pasta atualmente sem um ministro titular; o pedido de Bolsonaro para que seus apoiadores “arranjarem um jeito de entrar e filmar” hospitais públicos, “para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não”; e as reivindicações antidemocráticas e aparentes alusões a movimentos neonazistas feitas por simpatizantes do presidente em protestos em Brasília e outras cidades.

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