Porto Alegre, sexta, 19 de abril de 2024
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Porto Alegre: Hostels se reinventam para enfrentar pandemia; Jornal do Comércio

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Brick Hostel agora é hospedagem para mensalistas, explica Costa /BRICK HOSTEL/DIVULGAÇÃO/JC

 

 

Sobreviventes dos três primeiros meses da crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19, os poucos hostels que restam de portas abertas na Capital precisaram adaptar o modelo de negócio. Muitas destas hospedagens passaram a alugar quartos individuais para mensalistas, a exemplo do Brick Hostel, localizado no bairro Rio Branco. “Vamos inclusive anunciar a moradia temporária no Airbnb”, comenta o proprietário da hospedagem, João Araújo de Menezes Costa. “Seguimos sendo uma residência compartilhada, mas agora com quartos privativos. Temos uma estrutura de sete suítes e dois quartos sem banheiro”, pondera.

Logo que foi anunciada a pandemia, e uma semana depois de adotar as medidas sanitárias recomendadas, na primeira quinzena de março, Costa percebeu que somente caprichar na higienização do ambiente não seria suficiente. “Em geral, nosso público era de estudantes de pós-graduação que vinham à cidade em intervalos de 15 dias. Por isso, logo que os eventos começaram a ser cancelados em massa, também fechamos as portas, em 18 de março.”

Com a operação encerrada, a gestão do Brick Hostel reembolsou financeiramente ou concedeu crédito (para hospedagem futura) aos clientes que já haviam reservado diárias para o decorrer de 2020. Em paralelo, mesmo com a atividade parada, se manteve atendendo dois hóspedes estrangeiros (um alemão e um egípcio) até o início de abril. “Encerramos a operação porque percebemos que ficava muito oneroso manter o negócio aberto, uma vez que a taxa de ocupação em Porto Alegre com a presença do coronavírus caiu para 20%”, recorda Costa. Antes de transformar (a princípio provisoriamente) o modelo de negócio em uma residência com cobrança de mensalidade, ele ainda tentou uma parceria com um hospital próximo do hostel, sugerindo hospedagem para parentes dos pacientes de fora da cidade.

“Como não tinha colapsado o sistema de saúde e ainda eram poucos os casos aqui no Sul, a ideia não vingou, e seguimos fechados”, conta o empresário. Naquele período, ele ainda teve que lidar com negociações junto a fornecedores e demitir dois colaboradores. “Conseguimos baixar em torno de 60% do custo fixo da empresa, e tínhamos a expectativa de reabrir em outubro ou novembro de 2020, mas acredito que seguiremos no modelo atual (funcionando como uma espécie de república estudantil) por mais um tempo”, sinaliza Costa. Ele emenda que a empresa ficou dois meses e meio sem nenhum faturamento. E ainda que a procura esteja ocorrendo, até agora o novo modelo captou somente dois mensalistas.

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