O Brasil é um dos poucos países que possui atendimento de saúde gratuito para a população. Além dos postos do Sistema Único de Saúde (SUS), os brasileiros também pode contar com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h), iniciativa essa lançada em 2007 com a primeira unidade inaugurada na Vila do João, uma das comunidades que integram o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Com a chegada do novo coronavírus ao país, cada vez mais se viu esses locais superlotados, além do desgaste físico e mental dos profissionais da saúde com a carga de trabalho excessiva.
No Rio Grande do Sul, arquitetos, engenheiros e empresas privadas têm trabalhado em prol dos profissionais da saúde de hospitais de Porto Alegre, Região Metropolitana e Serra gaúcha. Para isso, eles projetaram e revitalizaram salas de descompressão destinadas á quem atua na linha de frente do combate à Covid-19 e, as UPAs não ficaram de fora do projeto. Segundo a idealizadora do coletivo Arquitetos Voluntários e arquiteta, Daniela Giffoni, muitas pessoas não sabem o que é uma UPA ou como elas funcionam, mas a chegada do novo coronavírus aproximou esse contato da população com a saúde pública.
Diante disso, o coletivo tomou a decisão de iniciar o trabalho junto às UPAs na cidade de Porto Alegre, sendo a unidade da Vila Cruzeiro do Sul a primeira contemplada com a iniciativa, mantendo assim o foco no bem-estar e melhoria das condições de trabalho dos profissionais da saúde. Segundo a arquiteta Bianca Russo, o trabalho dos Arquitetos Voluntários teve desdobramentos que nem eles imaginavam quando iniciaram o projeto. “A realidade da saúde foi se apresentando a nós na medida que fomos avançando com as ações. Muitos enxergaram em no nosso projeto uma possibilidade de ajuda imediata e eficaz. Com isso damos início a um novo segmento do projeto: Arquitetos Voluntários | UPAs”, anuncia a Head de Operações dos Arquitetos Voluntários.
A coordenação do projeto na unidade da Vila Cruzeiro do Sul ficará a cargo da arquiteta Cecília Pozza, que explica que, assim como os hospitais, as UPAs também são responsáveis por receber pacientes e tratá-los, com a diferença no nível de complexidade desses atendimentos. “Lá, os pacientes são estabilizados para que, se necessário, sejam encaminhados para os prontos-socorros dos hospitais e, é a partir da gravidade do risco, que é determinada com qual a rapidez o paciente será atendido”, ressalta Cecília, que ainda complementa, “as nossas Unidades de Pronto Atendimento necessitam de amparo, de visibilidade e doações e, é por isso, que estamos empenhados e nos dedicando para sermos um elo entre as estruturas e as pessoas e empresas que querem ajudar”, finaliza.
O movimento Arquitetos Voluntários – Hack for Brazil COVID-19 surgiu com a iniciativa da Grow, aceleradora de startups, que está puxando um Hackathon – evento para discutir ideias e desenvolver softwares a fim de criar soluções para problemas específicos – para o enfrentamento ao Covid-19.
Sobre as UPAs: As UPAs 24 horas fazem parte da Rede de Atenção às Urgências. O objetivo é concentrar os atendimentos de saúde de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica, atenção hospitalar, atenção domiciliar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192. Desta forma, a população terá uma melhoria no acesso, um aumento da capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A UPA 24h oferece estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Se necessário o paciente poderá ser encaminhado para um hospital da rede de saúde, para realização de procedimento de alta complexidade.
