A exemplo do que já foi observado nos dois últimos anos, o verão de 2020 na França é marcado pela seca, com as ondas de calor que invadem o país agravando ainda mais a crise de fornecimento de água. Ao todo, 72 departamentos estão em estado de alerta, de acordo com o site oficial Propluvia, e 146 decretos municipais ordenam ou incentivam a economia de água.
Com um déficit pluviométrico que chegou a 77% em média em julho, três quartos do território francês são afetados pela escassez de água. A crise atual é uma soma da chamada seca meteorológica – forte déficit de chuvas – associada a uma seca agrícola, resultante de solos muito ressecados e temperaturas acima do normal desde abril. O instituto Météo-France aponta que o mês de julho teve o verão mais seco em 60 anos.
A seca se tornou tão regular que começa a ameaçar não somente a sustentabilidade da atividade agrícola, mas também os pastos e, consequentemente, a criação de animais. Sem acesso às quantidades ideais de água, os criadores se veem divididos entre realizar grandes deslocamentos em busca de outras fontes naturais ou utilizar as redes convencionais de fornecimento, onerando drasticamente seus custos produtivos.
“Eu preciso bombear água, faço isso pelo menos oito ou nove vezes por dia. Geralmente nós temos alguma fonte, uma para cada propriedade de terra, que é suficiente para os animais. Mas agora, este ano, não há nada”, lamenta Yves Henri, que detém uma pequena propriedade na região de Creuse (sudoeste).
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