Porto Alegre, domingo, 22 de setembro de 2024
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Para 8 em cada 10, democracia não é conceito absoluto; O Estado de São Paulo

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Pesquisa aponta que 82,5% não se opõem totalmente à tese de que governo pode passar por cima de leis e Congresso durante crise; analistas apontam risco. Paulo Kogos se considera um ‘anarcocapitalista’ Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

 

 

Não é difícil encontrar quem relativize a democracia no País, mostra um levantamento inédito do Instituto Sivis. Mais de 3,5 mil pessoas das cinco regiões brasileiras foram entrevistadas em maio – durante a pandemia do novo coronavírus – e 82,5% delas disseram que não se opõem totalmente à possibilidade de o governo passar por cima das leis, do Congresso ou das instituições para resolver problemas da população durante uma crise.

“É algo bastante preocupante, um sinal de alerta”, disse o coordenador da pesquisa Valores em Crise, Diego Moraes. A sondagem integra um estudo global da World Values Survey Association (WVSA), que reunirá percepções em diferentes países sobre valores em três momentos: logo após o início da pandemia (questionário já realizado), quando o impacto da crise for menor e até um ano após a situação ter sido normalizada.

A equipe de Moraes identificou dois perfis entre os brasileiros: os democratas “sólidos”, que se mostraram intransigentes quanto aos valores democráticos; e os “instrumentais”, que, diante de situações de crise como a pandemia, relativizam os pilares do sistema. “Os valores democráticos, suas normas e procedimentos devem ser comprados na totalidade. A democracia não promete o paraíso na Terra, mas, dentro de circunstâncias adversas, é o regime que tem a possibilidade de enfrentar isso da melhor maneira”, afirmou Moraes.

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