Porto Alegre, sexta, 27 de setembro de 2024
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Negro pode falar muito mais que apenas sobre racismo; Tinga - UOL

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Jornalistas negros debatem caso de racismo durante programa da GloboNews Imagem: Reprodução/GloboNews

 

 

Nas duas últimas semanas, o meu telefone não parou de tocar. São jornalistas de diferentes veículos de comunicação e outros profissionais de programas de entretenimento me convidando para participar de atrações para comentar o ato de racismo ocorrido com Neymar, durante jogo do Campeonato Francês. Agradeci, mas declinei a todos os pedidos.

Isto é algo que me perturba há um bom tempo. Sempre que ocorre um episódio global de injuria racial, como os casos do Neymar e do segurança George Floyd, nos Estados Unidos, sou procurado para falar sobre este tema por causa do episódio em que fui vítima de insultos no Peru. O caso ocorreu há mais de seis anos, em um jogo pela Libertadores, quando ainda defendia o Cruzeiro. Para quem não se lembra, toda vez que eu tocava na bola, ecoavam das arquibancadas gritos da torcida do Real Garcilaso imitando o som de macaco. Eu já superei há tempo este fato lamentável da minha carreira, apesar de carregar este fardo.

O que muito tem me incomodado no momento é ver negros serem procurados quase sempre apenas para falar sobre racismo. Parece que nós só temos autoridade ou conhecimento para debater um único tema. Eu, particularmente, acredito que posso abordar outros tantos assuntos.

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