Porto Alegre, quinta, 10 de outubro de 2024
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CFM nega rever aval a cloroquina, mas admite investigar médico que indica kit covid como cura; O Estado de São Paulo

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Em entrevista ao Estadão, presidente do conselho reafirma defesa da autonomia do médico ao receitar remédios sem eficácia contra a covid. Presidente do conselho reafirma defesa da autonomia do médico ao receitar remédios sem eficácia contra a covid Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

 

Mesmo após a publicação, ao longo dos últimos meses, de estudos que demonstram a ineficácia de medicamentos como a cloroquina contra a covid-19 e a manifestação de entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselhando o uso do remédio, o Conselho Federal de Medicina (CFM) defende que ainda não há consenso científico sobre o uso dessas drogas no tratamento precoce da doença.

Em entrevista ao Estadão, o presidente do órgão, Mauro Ribeiro, disse que o conselho não pretende rever parecer de abril do ano passado que autoriza os médicos brasileiros a prescreverem o remédio.

“Essa ideia de que a ciência já concluiu que essas drogas não têm efeito não é 100% verdadeira. Se você for pra literatura, você tem de tudo: trabalhos que mostram efetividade dessas drogas no tratamento inicial da covid e outros tantos que mostram que essas drogas não têm efeito nenhum na covid. Ambos os lados têm trabalhos com metodologias questionáveis”, afirmou.

Questionado sobre os relatos de efeitos colaterais graves associados ao uso do chamado kit covid (que inclui, além da cloroquina, remédios como azitromicina e ivermectina), o presidente do conselho afirmou que o médico tem autonomia para indicar as medicações que julgar necessárias para cada paciente, mas ressaltou que profissionais que propagandeiam o kit como cura milagrosa da doença ou prescrevem coquetéis de remédios que podem causar danos estão sujeitos a responder sindicância nos conselhos regionais.

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