O manifesto que conectou boa parte da elite da sociedade civil em defesa do sistema eleitoral brasileiro teve como objetivo claro dar um basta às constantes ameaças do presidente Jair Bolsonaro à democracia e seus pilares. Na visão dos próprios signatários, esta e outras conclusões podem ser tiradas da contundente mensagem: indica que, para além das diferenças políticas e disputas eleitorais, os segmentos sociais representados no texto estarão unidos quando os princípios constitucionais estiverem sob risco; além disso, a rápida adesão e o fato de pesos pesados dos ambientes empresarial e financeiro terem assinado o comunicado explicitam a perda de apoio de Bolsonaro em setores importantes.
Lançado na mesma semana em que o Judiciário deu respostas duras às declarações do presidente, o manifesto reuniu empresários, banqueiros, economistas, diplomatas, juristas e diversos outros representantes da sociedade civil. Conforme organizadores, após a publicação em jornais, até o fim da tarde de ontem mais de seis mil pessoas haviam apoiado o documento no site do movimento Eleição se Respeita.
“A democracia é um dos pilares fundamentais da sociedade brasileira. E a eleição é a base da nossa democracia; logo, ela precisa ser garantida. O direito ao voto é igualitário a toda a população e cabe à população fazer sua escolha, seja boa ou ruim. Me parece que a questão da eleição virou uma forma de tergiversação em relação aos problemas reais de nossa sociedade, que são o meio ambiente, a educação e as reformas estruturais, como a tributária e a política”, disse o presidente da Suzano, Walter Schalka.
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