Os protestos ganharam outra dimensão após as declarações de Emmanuel Macron sobre os não vacinados: o presidente declarou publicamente que desejava dificultar a vida dos franceses que recusam o imunizante porque “irresponsáveis não são cidadãos”. A declaração, que marca de maneira clara, embora informal, a entrada de Macron na arena das eleições presidenciais de 2022, provocou uma forte reação na sociedade francesa e teve impacto direto nas manifestações deste sábado (8) em várias cidades.
O passaporte vacinal, se for aprovado, não aceitará mais testes negativos de covid para frequentar locais de lazer e cultura, o que deve isolar ainda mais as pessoas não vacinadas na França. Em Paris, manifestantes contrários ao documento se reuniram em um cortejo que partiu até os Invalides por volta de 15h (11h de Brasília) na praça do Palais Royal, após uma convocação do presidente do partido de extrema direita Patriotas, e candidato à presidência, Florian Philippot.
O ex-braço direito de Marine Le Pen denunciou “o país da tirania, da segregação, onde milhões de pessoas estão isoladas”. Na multidão, uma bibliotecária de 57 anos, declarando-se próxima das idéias do partido de esquerda radical França Insubmissa e dos ecologistas, disse que se sentia “incomodada” pela presença de Philippot. Mas, mesmo assim, quis “protestar contra o passaporte que se torna uma obrigação disfarçada de vacinação”.
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