Porto Alegre, terça, 23 de abril de 2024
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Revisão permitirá uso sustentável de florestas, por Maria Amélia Vargas/Correio do Povo

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Desatualizado desde os anos 80, Inventário Florestal Nacional está sendo refeito há cinco anos e já analisou 10 mil pontos de matas do Brasil, de um total de 22 mil que serão visitados nos biomas do país | Foto: Shutterstock

 

 

Com mais da metade do território brasileiro coberto por florestas, conhecer e monitorar esta biodiversidade é uma necessidade permanente. Há mais de 40 anos, desde a década de 1980, o Brasil não realizava um Inventário Florestal Nacional, instrumento que visa a garantir o mínimo de impacto ambiental na exploração desta riqueza. Pelas dimensões continentais do país, o trabalho é detalhado e demorado. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) iniciou a tarefa de atualização do inventário em 2017, não havendo ainda uma data marcada para a finalização.

O manejo sustentável dos biomas nacionais propicia incentivos em diversas perspectivas: da conservação da biodiversidade ao desenvolvimento econômico. Conforme explica o biólogo e diretor de Desenvolvimento Florestal do Serviço Florestal Brasileiro, Humberto Navarro de Mesquita Júnior, até o momento já foram colhidas amostras de 10 mil pontos de um total de 22 mil pontos previstos para integrar o documento. “Os registros dos biomas Pampa e Mata Atlântica, presentes no Rio Grande do Sul, já estão com 100% concluídos. Isso permite que se possa começar a traçar estratégias mais assertivas para esta região”, destaca.

De posse destes dados, Mesquita Júnior aponta algumas conclusões pontuais, entre elas, a de que ainda há possibilidade de expansão de mercado para os produtos florestais nativos na zona rural do Rio Grande do Sul, especialmente os não madeireiros, como frutos, folhas e mel. Este entendimento baseia-se no fato de que o total dos entrevistados no Estado na pesquisa, 89% afirmaram utilizarem-se destas espécies para fins domésticos e apenas 22% declararam fazer uso comercial destas (37% para complemento de renda). A maioria classifica como “sem importância” ou “pouco importante” a utilização comercial dos recursos naturais.

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