São imensas as chances de Renato Rosa me ligar para fazer alguma observação sobre esta reportagem. É do seu feitio. Me lembro bem de ele, recentemente, ter feito o mesmo com relação aos textos sobre Claudinho Pereira, Juarez Fonseca e Tatata Pimentel, publicados neste caderno. Em todos os casos havia elogios e críticas – e até alguns elogios que pareciam críticas e vice-versa. Por que, então, não faria sobre um texto em que o centro é ele mesmo? Nada mais natural.
Acredito que alguns fatores movam Renato Rosa. O primeiro é o conhecimento. Renato conhece muito Porto Alegre e seus personagens. Como tem boa memória, gosta de recordar pessoas, lugares, músicas, peças, shows e acontecimentos variados. E, assim, quase sempre tem algo a acrescentar. Outro fator, este ainda mais específico e pessoal, é o fato de ele saber se preservar e se valorizar. Discreto, Renato sabe o que deve revelar e o que deve calar – e cada vez mais ele parece mais enigmático, guardando para si tantas histórias que testemunhou. Por fim, há o fato de ele me conhecer desde muito cedo – Renato era próximo de minha mãe – o que dá a ele uma certa liberdade para fazer todos os comentários possíveis.
Aos 76 anos, dividindo-se entre Porto Alegre e Rio de Janeiro, Renato segue ativo, em especial no seu envolvimento com as artes. Filho de pai e mãe aquarianos, logo, Renato, também aquariano, integra “um grupo de gente antenada, de acordo com os astros”, segundo sua definição.
Ele também é muito presente nas redes sociais: são frequentes seus comentários no Facebook falando sobre pessoas, viagens, artistas com quem conviveu, memórias da sua longa trajetória e até descobertas prosaicas, como o fato de ter aprendido a fazer batata frita.
Leia mais no Jornal do Comércio