Porto Alegre, segunda, 23 de setembro de 2024
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Cigarrinha prolifera no clima seco, por Camila Pessôa/Correio do Povo

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Perdas causadas pela praga são de difícil mensuração e assemelham-se às geradas pela estiagem. Infecções geradas pelo inseto aumentam desde 2019 no Rio Grande do Sul e ganham força com as sucessivas estiagens dos últimos três anos | Foto: Elton Cogo / Seapi/ Divulgação / CP

 

 

A cigarrinha do milho, praga que prejudica o desenvolvimento dos cultivos do grão ao transmitir doenças do complexo dos enfezamentos, atingiu durante 2022, em todo o país, 11,9 milhões de hectares da cultura. Isso equivale a 68% da área cultivada com milho safrinha e a mais que o dobro da área atingida em 2021, de 5,7 milhões de hectares, de acordo com levantamento divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg). Típica de áreas centrais e ao norte do país, a praga está presente em maior escala no Rio Grande Sul desde 2019 e tem sido favorecida pela estiagem, com um aumento populacional já observado este ano, em relação a 2022, embora seja difícil quantificar as perdas causadas exclusivamente pela cigarrinha nesta safra, em função dos prejuízos decorrentes também da estiagem. “Pela nossa rede de monitoramento constatamos que em alguns locais estamos com maior pressão que no ano passado, visto a condição climática ser favorável a praga”, diz o entomologista da Rede Técnica Cooperativa (RTC) Glauber Renato Stürmer.

Uma dessas regiões é a de Frederico Westphalen, em que a praga foi encontrada em todas as áreas abrangidas pelo escritório da Emater/RS-Ascar no local, informa o gerente regional, Luciano Schwerz. “Fica evidente que o complexo de patógenos está presente, é uma situação que pode concorrer com a produtividade piorando as situações de estiagem e é muito importante ressaltar aos produtores que adotem as medidas preconizadas de mitigação da cigarrinha”, diz o diretor do Departamento de Defesa Vegetal (DDV) da Secretaria da Agricultura. Pecuária, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação (Seapi), Ricardo Felicetti. Entre as medidas estão conhecer a tolerância do híbrido a ser semeado; fazer um manejo com intervalos curtos, protegendo de estágios críticos da planta; e integração de controle de ferramentas químicas e biológicas.

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