Porto Alegre, sexta, 27 de setembro de 2024
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True Crime Community: violência, extremismo e um perigo que os pais precisam conhecer, por Luciana Garbin/O Estado de São Paulo

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Grupos online celebram massacres, endeusam terroristas e crescem sem controle em redes sociais; pesquisadora alerta para falta de programas de prevenção e combate ao extremismo violento no Brasil. Comoção em homenagem à professora morta em colégio estadual na Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo Foto: Carla Carniel/Reuters

 

 

Quando uma tragédia como a da escola da Vila Sônia acontece, adeptos de uma subcultura online chamada True Crime Community se atiçam. Massacres cometidos por extremistas são sempre motivo de excitação por lá. Com especial predileção por crimes feitos por jovens, que geralmente acham que estão se vingando de um mundo onde não se sentem adequados nem queridos. O alerta é da pesquisadora Michele Prado, especializada em radicalização online e extremismo.

Engana-se quem pensa que essa subcultura de ódio precisa se esconder na deep web. Seus adeptos postam livremente suas imagens cheias de armas e tiros, bem como mensagens endeusando terroristas, no Twitter, Instagram, TikTok, Discord, Reddit. Sem praticamente nenhum controle. Se sentem tão livres que muitos informam no próprio perfil que fazem parte da comunidade e adoram enaltecer nomes de terroristas. Também criam e compartilham vídeos com cenas de massacres mundo afora. Em agosto do ano passado, um estudante invadiu uma escola em Vitória com bombas caseiras, bestas e facas. Ameaçou professores e estudantes, mas foi contido por policiais e seguranças e ninguém ficou ferido. Logo a TCC se incendiou com referências ao caso. Além de seguidores lamentarem o fato de o jovem de 18 anos não ter conseguido matar ninguém, passaram a caçoar dele. Michele encontrou tuítes que o comparavam a um frango assado, porque foi amarrado após ser imobilizado. “Ponto importante: a subcultura não se relaciona só com brasileiros, mas com o mundo inteiro. Os tuítes que mais viralizaram partiram de contas dos Estados Unidos”, alerta.

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