“Se for possível um futuro habitável e partilhado em nosso planeta, será um futuro off-line”, escreve o crítico de arte americano Jonathan Crary na abertura de seu novo livro, “Terra arrasada”, lançado agora no Brasil pela editora Ubu. Professor da Universidade Columbia, em Nova York, é um crítico feroz do “complexo internético”, descrito como o “ aparato global absoluto para a dissolução da sociedade” e “o equivalente digital da ilha de lixo que se expande rapidamente no Oceano Pacífico”.
Crary já havia metralhado a internet em seu livro anterior, “24/7: capitalismo tardio e os fins do sono”, no qual argumenta que o sono é a última fronteira da expansão capitalista, pois é o único momento em que não estamos trabalhando ou consumindo (que é o que fazemos indefinidamente nas redes sociais).
No novo livro, Crary reconhece que as mídias digitais servem para mobilizar os cidadãos em situações pontuais, mas afirma que nenhuma das mudanças estruturais das quais depende a sobrevivência do planeta será gestada na internet. A tecnologia digital, diz ele, tem deteriorado nossa experiência sensível e é urgente pensar alternativas a um mundo que nunca desliga.
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