A ocorrência de três ciclones em menos de um mês no Rio Grande do Sul traz à tona a necessidade de reflexões sobre as possíveis explicações acerca da reincidência desses eventos climáticos no Estado. Tais mudanças vêm acarretando desajustes no ambiente e provocado prejuízos de toda a ordem. É chegada a hora de encarar os desafios que estão postos.
Em evento recente promovido pelo Sindicato dos Engenheiros do RS (SENGE-RS) sobre Mudanças Climáticas e suas Consequências foram abordados os impactos do clima no meio ambiente, na economia e na sociedade. Especialistas apontaram os reflexos causados tanto pelos padrões de crescimento dos países como de consumo da população, e o quanto essas mudanças interferem no desenvolvimento sustentável. Há temas que parecem distantes do nosso dia a dia, mas que têm implicações diretas sobre a realidade na qual vivemos.
Dentre eles estão o derretimento da Antártica e suas consequências para o sistema global, alertados pelo glaciologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Dr. Jefferson Cardia Simões, o qual explica que estA é a década mais quente da história e que essas transformações acarretam efeitos bruscos à Antártica e um caos climático no Ártico, com impactos diretos em diversas áreas do globo terrestre. O Professor também adverte que são necessárias políticas públicas mais urgentes para prevenção, mitigação e adaptação às consequências das mudanças climáticas, que já são irreversíveis. De mesma forma, o Dr. Gilvan Sampaio, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e coordenador-geral de Ciências da Terra (CGCT), enfatiza que os dados são claros de que “[…] algo precisa ser feito. Não podemos mais trabalhar com as médias da década de 1960. Atualmente a variabilidade é muito grande e precisamos de planos para conviver com os eventos extremos”.
Ainda, segundo o pesquisador, de acordo com as projeções do fenômeno El Niño para o período 2023/2024, na Região Sul, é esperado um aumento moderado do volume de chuvas e de temperatura, especialmente no último trimestre deste ano, e há probabilidade da ocorrência de mais eventos extremos, em especial no Rio Grande do Sul. A Emater/RS-Ascar, ciente desse cenário, e considerando a recorrência dos eventos climáticos extremos e os alertas da ciência, acredita ser prudente que a sociedade se mobilize de forma individual e coletiva na busca por soluções que visem mitigar os impactos advindos dessas mudanças e redirecione os rumos do desenvolvimento para a reversão das projeções negativas que se apresentam para o futuro.
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