Analistas se debruçaram sobre a elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s como que querendo encontrar motivos para justificar suas próprias posições e assim perde de perspectiva o verdadeiro recado da agência de classificação de risco. O que ela disse foi simples, o Brasil está no pior momento, logo em termos relativos a maior chance é de melhora do que de piora. Foi só isso que ela disse.
É como se falasse que a boa notícia é que está ruim, ou seja, na margem tende a melhorar.
Quem se deu o trabalho de ler a nota ao invés de apenas reagir as manchetes vê que o documento traz as preocupações do mercado com fiscal, dando especial destaque as rigidez da execução orçamentária. Contudo a atividade econômica mais forte e o setor externo sem maiores problemas num ambiente de relativa estabilidade política sugere que a dinâmica pode melhorar no campo fiscal.
A reação exarcebada de alguns analistas evidencia pela eloquência o que venho apontando há algum tempo: o mercado errou, erra e provavelmente irá continuar errando suas projeções. A perspectiva atual nitidamente inspira cuidados, e a Moody’s aponta isso, mas disso saltar para uma situação de Dominância Fiscal e eventual quebra do país é um pouco além do razoável.
Vale notar que o título em moeda estrangeira do Brasil segue como especulativo, de forma alguma está “tudo bem”, e sendo assim há muito que o Ministério da Fazenda precisa fazer e a entregar.
Simples assim.