Quem passar pela Praça de Autógrafos às 18h30min deste sábado encontrará alguém singular, uma definição que ele provavelmente não aprovaria. Ao me receber no Correio do Povo, onde trabalha desde 1990, Paulo Mendes logo revela-se um tímido ao contar sobre o reconhecimento do público, oriundo principalmente de suas campereadas pelo mundo das letras jornalísticas e literárias. Campereada, aliás, é o nome da coluna que assina desde 2009 e cuja existência lhe proporcionou o sabor da autoria e um mérito que ainda hoje, dez anos depois, lhe parece estranho. Foi também em 2019 que o autor lançou a terceira coletânea da série Campereadas, que reúne os melhores textos de sua coluna.
A escuta do homem de fala ligeira e de expressivo gestual revela uma paixão pela literatura quase equivalente ao amor que nutre pela sua terra e sua gente. Mirando o vazio entre o seu olhar e as paredes que nos cercam, Paulo Mendes parece remontar uma história que, devido às suas circunstâncias fantásticas, renderia um ótimo livro. Porém, ainda que épica, a trajetória do guri nascido em Cacequi e criado em Júlio de Castilhos é comum à gente do campo, que aprende a lutar no momento da primeira respiração.
Por: *Lucas Tillwitz (2º semestre Ufrgs)
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