Porto Alegre, sábado, 12 de outubro de 2024
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Artigo: Felicidade real versus virtual, por Anissis Moura Ramos*

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Falar de felicidade parece ser algo simples e comum neste mundo acelerado e conectado em que vivemos. Dizer que caminha em busca da felicidade parece ser clichê da fala de algumas pessoas que se tornam escravas de fazer postagens com vários amigos, em momentos felizes.

Pesquisas mostram que pessoas que estão sempre postando nas redes sociais são as menos felizes e com maior sentimento de inferioridade. Precisam ficar se auto afirmando por meio dos likes que recebem nas suas postagens. Pessoas deprimidas potencializam a depressão ao ver postagens felizes dos amigos, por não terem aqueles momentos. Várias personalidades têm admitido que sofrem de depressão mesmo que nas redes sociais pareçam estar em um mundo perfeito. Isto pode servir de alerta para mostrar que os problemas afetam todos, inclusive aqueles que representam a felicidade plena.

Então, é bom buscar ajuda profissional caso perceba que não se trata apenas de uma tristeza momentânea, mas sim de vários sintomas que caracterizam a depressão. Hoje, o paciente já tem à disposição a terapia online que permite o atendimento em horários flexíveis e à distância. Existem pessoas que não são felizes porque se distanciam da felicidade, colocando em um patamar quase inalcançável e por não se sentirem merecedores. Para buscar um caminho é preciso saber o que gera felicidade e por quê. Também é necessário saber qual o lugar que a felicidade tem na sua vida. Alguns querem uma fórmula mágica, mas não existe regra para a felicidade autêntica. É preciso não se prender ao sofrimento e as coisas negativas e fixar no que dá satisfação. Ficar longe de pessoas tóxicas e não cultivar remorsos.

Gratidão é algo importante na busca da felicidade. Pense em alguém que foi muito legal e importante na sua vida, escreva um agradecimento e faça uma visita para entregar esta carta. É um momento de emoção e plena felicidade. Felicidade real, com contato físico e abraços, sem pressa, sem comparação como ocorre nas redes sociais. A felicidade está atrelada a relações profissionais e pessoais. A sociedade, o meio em que vivemos e circulamos são peças fundamentais para que possamos fazer uma crítica sobre a busca da felicidade. Mas a inquietude em relação a busca constante da felicidade parece ser uma questão que nem o mais sábio dos filósofos possa responder.

Anissis 2Anissis Moura Ramos*

Psicóloga

Artigo publicado originalmente no Jornal do Comércio