Porto Alegre, sexta, 29 de novembro de 2024
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Porto Alegre mantém meta da ONU na redução de mortes no trânsito

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O ano de 2019 terminou com 75 vítimas fatais no trânsito da Capital, o mesmo número de mortes de 2018, conforme levantamento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). O dado reforça a antecipação da meta de redução de vítimas fatais estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ação no Trânsito (2010 / 2020), que estabeleceu uma projeção de, no máximo, 76 mortes para 2020 em Porto Alegre. A redução na década acontece mesmo com o aumento da frota, atualmente 847 mil veículos, entre eles 86 mil motos.

Em 22 anos, esta é a quarta vez que Porto Alegre registra menos de 100 vítimas fatais (92 em 2016, 90 em 2017, 75 em 2018 e 75 em 2019). Em 1998, quando a EPTC começou a gerir o trânsito, 199 pessoas tinham morrido em razão de acidentes de trânsito. Os acidentes aumentaram 7% (12.144 em 2018 contra 13.075 em 2019) e os feridos subiram 9% (5.056 em 2018 contra 5.529 em 2019).

O secretário extraordinário da Mobilidade Urbana, Rodrigo Tortoriello, avalia o quadro da acidentalidade: “É evidente que devemos lamentar qualquer acidente de trânsito, ainda mais quando ocorrem feridos e, sobretudo, vítimas fatais. Mas, mesmo com o aumento da frota, o número de mortes não avançou, permanecendo o mesmo de 2018, atendendo as projeções de metas de contenção estabelecidas pela ONU para o nosso trânsito.”

Na avaliação de Tortoriello, a manutenção dos números de mortes no trânsito demonstra avanço no processo de conscientização das pessoas para uma circulação com menos riscos. “No entanto, o aumento da acidentalidade é um indicativo da necessidade de reforçar as ações de fiscalização e de educação, com o objetivo de envolver, com mais intensidade e consistência, os condutores, e igualmente os pedestres, na missão por um trânsito com relações mais cordiais, de um maior comprometimento das pessoas na missão preventiva pela redução de riscos no dia a dia da circulação”, observa.

O diretor-presidente da EPTC, Fabio Berwanger Juliano, afirma que a contenção no número de mortes no trânsito é resultado do esforço conjunto da sociedade na missão por um trânsito mais seguro: “Nosso trabalho, de acordo com as metas reforçadas pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior, é buscar sempre a prevenção, com medidas permanentes de educação, fiscalização e engenharia de tráfego”, observa. Segundo ele, para conter o número de vítimas fatais, mesmo com aumento de veículos, tem sido fundamental a parceria entre EPTC e demais secretarias do município, como a Saúde, pelo Programa Vida no Trânsito, além da Brigada Militar, Detran, Polícia Civil, Secretaria Estadual da Saúde, Guarda Municipal, Polícia Rodoviária Federal, Samu, entre outros órgãos públicos e privados, assim como uma maior conscientização do público em geral. “Em 2020, vamos novamente priorizar ações educativas envolvendo motociclistas e pedestres, dois segmentos bastante expostos à acidentalidade, principalmente os idosos, no caso de atropelamentos, além de ações de fiscalização em relação ao excesso de velocidade e álcool ao volante”, esclarece.

Principais ações da EPTC na prevenção de acidentes em 2019

Educação – A Coordenação de Educação para Mobilidade (CEM) atendeu a praticamente todas as faixas etárias, desde a pré-escola ao público idoso, passando por escolas, ONGs, Centros de Formação de Condutores (CFCs), empresas e universidades. Até 16 de dezembro de 2019, 519 ações educativas foram realizadas, alcançando aproximadamente 30 mil pessoas diretamente. Através dos projetos, como o Escola Amiga da EPTC, a plataforma de cursos em EAD, o Empresa Amiga da EPTC, Programa Motociclista Seguro e Projeto Pedestre Idoso, por exemplo, a CEM buscou aliar tecnologia, inovação e profissionais qualificados para entregar produtos e serviços à população na missão pelo trânsito seguro.

Fiscalização – Além do trabalho diário dos agentes nas ruas, das operações do Radar Móvel contra o excesso de velocidade, foram realizadas, até 16 de dezembro de 2019, um total de 239 operações do Balada Segura em parceria com o Detran, Brigada Militar, Guarda Municipal e Polícia Civil, com abordagem de 14.996 condutores. Foram retirados de circulação 1.652 motoristas em razão de álcool ao volante.

Engenharia de Tráfego – O planejamento da EPTC na área de engenharia de tráfego priorizou medidas direcionadas para uma maior proteção dos pedestres, com melhorias em sinalização de ruas e avenidas que registravam um maior número de atropelamentos, além da instalação de placas educativas em vias de maior fluxo de veículos.

Perfil das vítimas fatais no trânsito em 2019:
– Maio: mês com o maior número de mortes (10); Setembro, o menor número (3);
– Condição das vítimas fatais: ciclistas (3), carona de moto (4), condutor de moto (29), pedestres atropelados (32), ocupantes de veículos (3) e condutores de veículos (4);
Faixa etária: 60 anos ou mais (22), 46 a 59 anos (13), 36 a 45 anos (12), 26 a 35 anos (17), 18 a 25 anos (9), 11 a 17 anos (2), faixa etária com maior número de vítimas é a dos idosos (29%);
– Vítimas fatais por sexo: homens (73%); mulheres (27%);
– Vítimas fatais por turno: manhã, das 6h às 11h59 (27%); tarde, das 12h às 17h59 (24%); noite, das 18h às 23h59 (36%); madrugada, da 0h às 5h59 (13%).

Percentuais – Entre as 75 vítimas fatais, 29 foram condutores de motos, mais quatro caronas (44%); além de 32 (43%) pedestres atropelados. Das 32 vítimas fatais por atropelamentos, 18 (56%) eram idosos.

Vítimas fatais no trânsito nos últimos 22 anos
1998 (199);
1999 (197);
2000 (163);
2001 (139);
2002 (156);
2003 (170);
2004 (173);
2005 (161);
2006 (157);
2007 (155);
2008 (148);
2009 (170);
2010 (143);
2011 (146);
2012 (105);
2013 (127);
2014 (141);
2015 (100);
2016 (92);
2017 (90);
2018 (75);
2019 (75).