Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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Familiares e amigos se despedem de Ibsen Pinheiro, na Assembleia. Político e jornalista morreu no hospital Dom Vicente Scherer, vítima de uma parada cardiorrespiratória; por Jéssica Moraes / Rádio Guaíba

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Amigos e familiares acompanharam, na manhã deste sábado, as primeiras horas do velório do jornalista, advogado e ex-deputado Ibsen Pinheiro, na Assembleia Legislativa. As despedidas acontecem até as 16h. Políticos e personalidades do futebol também prestaram homenagens, desde as 9h da manhã. Nascido em 5 de julho de 1935, Ibsen faleceu perto das 21h de ontem, no hospital Dom Vicente Scherer, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Considerado um dos mais influentes quadros do MDB do Rio Grande do Sul, o político exerceu quatro mandatos de deputado federal, entre 1983 e 2011. Deputado constituinte, também presidiu a Câmara Federal durante o processo de impedimento do ex-presidente Fernando Collor de Mello em 1992. Atuou ainda como presidente do MDB gaúcho, deputado estadual e vereador.

O governador Eduardo Leite (PSDB) esteve no local para prestar homenagem. “Sem dúvidas, ele foi uma referência em serenidade na forma com que lidou com a política. A forma com que ele tratou a política foi muito melhor do que como a política o tratou, tendo em vista as denúncias que ele enfrentou e se mostraram falsas. Nem assim ele perdeu o respeito pelas pessoas e a própria imprensa, mesmo sendo injustiçado. Ele era um homem público de alta qualidade e deu uma grande colaboração para o Rio Grande do Sul e ao Brasil. Ele deixa um legado no exemplo, na colaboração com vidas políticas e ficamos com a memória, por isso decretamos luto oficial de três dias”, declarou.

O ex-governador Germano Rigotto (MDB) lembrou com carinho da parceria política que manteve com Ibsen. “Eu tive a oportunidade de ter o Ibsen como secretário de comunicação no início do meu Governo. Ele era um homem preparado, respeitado inclusive por quem pensava diferente dele, aqueles que não estavam do seu lado, mas respeitavam sua capacidade de articulação, diálogo. Isso era o que ele sabia fazer de melhor, liderar”.

O vice prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim (PP) reforçou o respeito que Ibsen mantinha até mesmo com oponentes. “É um dia triste para a política, para a democracia de Porto Alegre, do Estado e também do Brasil. Ibsen, por todo histórico, além de político, ele honrou o país. Honrou especialmente seu partido, o MDB, mas também todos os outros pela maneira com que dialogava. Ele era um grande cidadão e grande colorado, até como conselheiro do Inter é uma grande perda”.

Colega de partido, o deputado estadual Edson Brum salientou a importância do político além do Rio Grande do Sul. “O Ibsen foi um exemplo de político. Ele foi derrubado e levantou com muita consciência. Ele era inteligentíssimo, intelectual e apaixonado por tudo que fazia, o jornalismo, direito e política, além do nosso colorado. Para nós, vai fazer muita falta. Até os últimos dias ele aconselhava a bancada, o partido. Vai deixar uma lacuna”.

Além da trajetória na política e no jornalismo, Ibsen atuou como dirigente do Sport Club Internacional. Jurista, o político ainda exerceu as funções de procurador de Justiça e de promotor, como lembrou o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen.

“O Ibsen foi extremamente importante para o Ministério Público. A grande mudança do MP foi a partir da Constituição de 1988 e o então deputado Ibsen foi fundamental nessa época em que as associações trabalharam com ele para colocar na Constituição o MP com prerrogativas e poderes que permitiram ser o indutor de boa parte da cidadania. Eu tenho certeza que o MP não seria metade do que é se não fosse a carta constitucional e o Ibsen teve papel relevante nisso”, enfatizou.

Filho de Ibsen, o jornalista Márcio Pinheiro relembrou os últimos anos do pai. “O depoimento que eu posso dar é de duas coisas inéditas, como filho e pai da neta dele, que deu um sopro de vida. O pai vinha muito doente nos últimos dois, três anos, eram muitas internações, idas e vindas. Acho que minha filha, de sete anos, ajudou a prorrogar a vida dele. Foi uma vida muito legal, que infelizmente acabou agora”. (Rádio Guaíba)