Porto Alegre, quinta, 19 de setembro de 2024
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Ao 'Estado', Bebianno revelou teor de carta para Bolsonaro: 'Carlos não aprendeu a amar'

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PUBLICIDADE Ads by Teads ctv-ple-bebianno Gustavo Bebianno, durante sessão de fotos após entrevista cedida ao Estado em 2018, no bairro do Jardim Botânico, na zona sul do Rio Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

O ex-ministro e advogado Gustavo Bebianno não tinha raiva do presidente Jair Bolsonaro. O sentimento que o perseguia desde que deixou o governo era a decepção de um fã com seu ídolo. Foi o que contou na última conversa com o Estado em um hotel em Brasília na terça-feira, 10, onde fez reuniões de articulação para sua candidatura a prefeito no Rio pelo PSDB.

Bebianno morreu, aos 56 anos, na madrugada deste sábado em seu sítio em em Teresópolis (RJ). No encontro com a reportagem, que ocorreu quatro dias antes de sua morte, o ex-ministro fez elogios ao presidente que ajudou a eleger, mas demonstrou mágoa pelas suposições de que poderia estar envolvido com a facada sofrida por Bolsonaro durante ato de campanha em setembro de 2018 – o boato ganhou força após Bolsonaro dizer, em entrevista, que um auxiliar poderia estar por trás da facada.

“Eu sou muito sensível. Eu sinto a energia das pessoas. Não posso ter me enganado tanto. Eu só enxergava uma pessoa de bom coração, sincera. Acho que ele (Bolsonaro) é assim, mas todo mundo tem luzes e sombras. Eu conheci o pior lado também”, disse o ex-ministro.

Na conversa, Bebianno contou sobre a carta que escreveu para Bolsonaro após ser demitido do governo, em fevereiro de 2018. Queria aparar arestas, fechar um ciclo. No texto, o ex-ministro aconselhou o presidente sobre o filho Carlos Bolsonaro, que é vereador no Rio de Janeiro pelo PSC. “Eu disse que Carlos não sabia amar, era nutrido por ódio o tempo inteiro. Ninguém o ensinou a amar. Ele não aprendeu”, contou.

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