Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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Estados e municípios no país relatam subnotificação gigantesca de casos

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Falta de testes e de portaria do Ministério da Saúde gera confusão; área médica já prevê falta de UTIs. Flavio Lo Scalzo/REUTERS

Equipes de atenção básica em várias cidades e estados do Brasil afirmam que a subnotificação ao Ministério da Saúde de casos suspeitos de infecção pela Covid-19 tem sido gigantesca. Isso vem ocorrendo mesmo depois de o ministro Luiz Henrique Mandetta ter solicitado, em 20 de março, que todos os casos suspeitos, independentemente da gravidade, fossem notificados por estados e municípios. 

Nesse cenário, em que o avanço da epidemia pode ser muito maior do que se tem registro, muitos hospitais do país esperam que dentro poucas semanas comecem a faltar vagas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Em alguns estados e municípios, chega-se a 1 caso informado para cada 30 ou mais episódios em que pacientes podem estar doentes sem que as ocorrências sejam reportadas em nível federal. 

A falta de kits para testes e a inexistência de uma portaria específica do Ministério da Saúde para determinar quais casos devam ser considerados confirmados ou suspeitos têm feito com que muitos doentes não entrem nas estatísticas, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), que representa 6.000 médicos atuando em 47,7 mil equipes de atenção básica em todo o Brasil. 

Na falta de uma portaria específica do ministério, os médicos que reportam os casos têm se guiado por notas técnicas da vigilância epidemiológica de seus municípios ou estados, que diferem umas das outras —impedindo que haja dados nacionais homogêneos.

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