Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Com crise do coronavírus, empresas começam a pedir revisão de contratos na Justiça

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Especialistas temem que acordos sejam suspensos em um efeito dominó, sob alegação de 'força maior' ou 'evento fortuito', com impactos em toda a economia.A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) rebateu "veementemente" o rompimento de contratos pela Raízen - e a briga foi parar na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foto: Tulio Vidal/Raìzen

Na terça-feira, 31, a Raízen, empresa de combustíveis da Cosan e da Shell, declarou força maior em relação aos contratos assinados com seus fornecedores, por conta da epidemia do novo coronavírus. Assim, poderia rever os volumes de compra de etanol, originalmente programados. Com a maioria da população em casa, a venda de combustível caiu em até 80% em algumas cidades.

Já o Grupo Autostar, rede de 16 concessionárias de carros importados, como BMW, Land Rover, Volvo, Jeep e Harley-Davidson, ganhou na Justiça o direito de suspensão do pagamento de aluguéis por quatro meses. Os valores só serão pagos nos 12 meses seguintes, sem mora. Em seu despacho, a juíza Flávia Poyares Miranda, do Tribunal de Justiça de São Paulo, afirmou que “a pandemia mundial acarretou a paralisação de diversas atividades, causando profundo impacto na vida das pessoas” e classificou a situação como um caso de “força maior”, o que, no seu parecer, justifica a intervenção do Judiciário.

Os episódios podem ser os primeiros a virar uma tendência. Com a alegação de “força maior” ou “evento fortuito” – por conta do coronavírus -, o meio jurídico teme que os contratos sejam suspensos em um efeito dominó, com distorções em toda economia. Entrariam aí pagamento de aluguel de imóveis, distratos de compra e venda de ativos, fornecimento de insumos e serviços, entrega de obras, entre outros.

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