Porto Alegre, sexta, 20 de setembro de 2024
img

Morre o jornalista Renan Antunes de Oliveira. Repórter gaúcho foi vencedor do Prêmio Esso Nacional de Reportagem em 2004, Jornalista do ano RS Prêmio Press 2005 e Best Features Writer em 2006 pela Arkansas Press Association

Detalhes Notícia

Jornalista de raras qualidades, Renan Antunes de Oliveira, faleceu hoje, aos 71 anos, em Florianópolis. Ele nasceu em 10 de dezembro na cidade de Nova Prata, RS. Com passagens por Diário de Notícias, Correio do Povo, Coojornal, O Estado SC, Diário Catarinense, Jornal do Brasil, FSP, Jornal de Brasília, Istoė Senhor, Veja, TV Cultura SP, Estadão, Gazeta do Povo, Jornal Já, DCM, Brio Stories.SBS Austrália. É vencedor dos prêmios: Prêmio Esso Nacional de Reportagem em 2004, Jornalista do ano no RS 2005 e Best Features Writer em 2006 pela Arkansas Press Association. O esso foi conquistado com a reportagem “A Tragédia de Felipe Klein”, publicada no Jornal Já, de Porto Alegre. Foi a primeira vez que um jornal do Rio Grande do Sul ganhou na categoria nacional. No mesmo ano, foi considerado o Jornalista do Ano, no prêmio Press do Rio Grande do Sul.

O filho de Edith Maria e Gelci Antunes de Oliveira. era um profissional completamente independente que viveu uma carreira reconhecida por seus colegas no mundo todo. Texto marcado pela grande qualidade, sempre lutou contra as injustiças e foi um jornalista realmente diferenciado. Deixa a esposa Blanca e a filha do casal, Guadalupe. E os filhos de relacionamentos anteriores Leonel, Floriano, Jerônimo, Bruno e Catarina. Irmãos Paulo Gerson, Carime e Davi.

O professor e ex-presidente da Fenaj – Federação Nacional dos jornalistas -, Celso Schröder, escreveu em suas redes sociais sobre o homem que considera um gigante do jornalismo, ” Renan foi um jornalista que viveu sua condição como poucos. Tinha a reportagem no sangue e pagou preços altos, às vezes, para exercê-la. Fazia parte dos gaúchos que moravam em Florianópolis. Compunha o anedotário positivo do jornalismo brasileiro pela sua disposição de enfrentamento na defesa dos princípios jornalísticos. Repórter premiado fez parte ativa do movimento sindical dos jornalistas brasileiros e o seu destemor era conhecido nestas batalhas nem sempre apenas simbólicas. Acompanhou com sua mulher Blanca o querido e saudoso amigo Daniel Herz na sua batalha contra um câncer mortal nos EUA. Voltou e exerceu com garbo e indiscutível competência o jornalismo que anunciava o golpe e os tempos que vivemos e que nunca assustou Renan, ao contrário. Ele próprio enfrentou seu câncer com disposição e bom humor mas não resistiu aos tempos tenebrosos deste vírus agravado pela política da morte que vivemos. Tinha só 68 anos, produtivo como poucos e militante da vida como ninguém que conheci. Comporá agora a memória do jornalismo nacional a ser lembrada e homenageada não só pelos seus amigos mas por todos que pretendam falar em nome deste jornalismo.”

Entre outras proezas, Renan foi preso em 2001 pela polícia iraniana no deserto próximo à cidade de Zahedan. O lugar, uma tríplice fronteira entre o país, Afeganistão e Paquistão, era uma das portas de entrada para a guerra. O jornalista foi levado para uma cadeia, encapuzado e interrogado durante 30 horas.

Na época, correspondente do jornal Gazeta do Povo, Renan contou por telefone que estava sendo bem tratado. “Me serviram pão, arroz e lentilhas.’ Bem-humorado, completou: ‘preciso mesmo de uma dieta’.