Porto Alegre, quinta, 19 de setembro de 2024
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Mais de 7 milhões de reais em indenizações por danos morais coletivos ou multas trabalhistas são repassadas pelo Ministério Público do Trabalho para combate e prevenção ao coronavírus no RS

Detalhes Notícia
Recursos serão usados para aquisição de equipamentos de proteção individual a profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à doença, compra de respiradores, ventiladores pulmonares, kits de testagem para saber se a pessoa contraiu o vírus e para pesquisas, necessários ao combate do Covid-19.

O Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Sul (MPT-RS) reverteu, de 21/3 a 17/4, R$ 7.337.245,20 para ações coordenadas de prevenção e enfrentamento ao novo coronavírus. Foram 66 destinações que beneficiaram, basicamente, hospitais e instituições de saúde em várias municípios do Estado. Na semana passada (13 a 17/4), foram destinados R$ 2.728.558,42. Em todo Brasil, os procuradores do MPT já destinaram, até 15/4, mais de R$ 171 milhões. Desde o início da pandemia, as denúncias de violações trabalhistas relacionadas à Covid-19 têm dominado a pauta do MPT. Das 1.216 denúncias recebidas pelo órgão no Estado, até essa segunda-feira (20/4), 660 são de irregularidades relativas a Covid-19 (no Brasil, foram 9.077).

O dinheiro das reversões é fruto de indenizações por danos morais coletivos ou multas trabalhistas, que têm por finalidade a reparação da sociedade pelos prejuízos causados por empregadores, com violações trabalhistas que afetam inclusive o sistema de saúde. Existe orientação publicada, em 20 de março, pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), indicando, quando possível, redirecionamento de recursos de processos judiciais e extra-judiciais para a aquisição de equipamentos de proteção individual a profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à doença, compra de respiradores, ventiladores pulmonares, kits de testagem para saber se a pessoa contraiu o vírus e para pesquisas, necessários ao combate do Covid-19.

Até o momento, foram instaurados 110 inquéritos civis (ICs) em todo o Estado (no Brasil, foram 1.747) somente com o tema Covid-19. As reclamações vão desde a falta de proteção à saúde e à segurança do trabalhador até demissões em massa ou fraudes nas rescisões contratuais, entre outras queixas. Foram emitidas 279 recomendações (no Brasil, foram 6.163), com objetivo de conscientizar e orientar diversos setores econômicos sobre medidas a serem adotadas durante a pandemia. Estão sendo ajuizadas ações civis públicas (ACPs) – até o momento uma no RS e 45 no Brasil – quando inviabilizada a solução extrajudicial. Para ampliar o diálogo social e acompanhar as políticas públicas de enfrentamento à Covid-19, o MPT-RS registra 75 procedimentos promocionais (no Brasil, são 674) e a expedição de milhares de notificações, ofícios e requisições (3.414 apenas no RS).


Como denunciar

Além de demonstrar a vocação conciliatória da instituição, o MPT não para. O órgão se coloca à disposição da sociedade para mediar conflitos entre trabalhadores e empregadores, decorrentes dos impactos gerados pela pandemia, e continua recebendo e processando denúncias, por meio do aplicativo MPT Pardal e pelo formulário online disponível clicando aqui.


Cadastro

 O MPT criou cadastro nacional para diagnóstico das necessidades da saúde no país. O objetivo é o de cadastrar informações sobre condições de saúde e segurança dos profissionais que prestam serviços nas unidades de saúde. O objetivo é verificar a existência de medidas de proteção aos trabalhadores, diante da pandemia. O cadastro permite conhecer, de forma mais precisa e macro, situação de saúde nos diferentes locais do país. Quanto maior a adesão, melhor será o planejamento da atuação do MPT e os resultados na proteção de profissionais de saúde e da própria população. Os resultados parciais do diagnóstico são compartilhados com outras instituições públicas para coordenar ações. O formulário pode ser acessado clicando aqui.

Recomendações
     O MPT também atua na crise do coronavírus com recomendações setorizadas, emitidas a serviços essenciais ou que incluam pessoas vulneráveis (como trabalhadores adolescentes e catadores), sintetizando as medidas de segurança e saúde do Trabalho indispensáveis neste momento e cujo descumprimento sujeita o empregador à medida judicial ou extrajudicial cabível. Auxilia, ainda, secretarias, unidades de saúde locais e laboratórios. Emite, ainda notas técnicas e recomendações em todo o território nacional para amenizar os impactos da pandemia para os trabalhadores e trabalhadoras do país. Para acessar os documentos publicados até agora clique aqui.