Jair Bolsonaro não terá vida fácil diante de uma corporação chamada Polícia Federal depois de ter demitido Maurício Valeixo. Bolsonaro não estava satisfeito porque a PF estava cumprindo seu trabalho, em vez de proteger sua família de investigações incômodas.
Agora, vai nomear um diretor-geral sob medida para seus objetivos.
O problema é que, pela tradição da PF, as sucessões têm outra dinânima. Há décadas a coisa funciona assim: o diretor-geral que sai indica uma série de nomes (em geral seus assessores mais próximos, superintendentes regionais ou adidos no exterior) ao ministro da Justiça. Este leva o seu escolhido ao presidente da República, que chancela a indicação. A ideia de subverter esse jogo e a nomeação vir diretamente de Bolsonaro não é só uma humilhação (mais uma) que Moro não parece disposto a aceitar — mas é também algo que a corporação deve rejeitar com vigor.
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