O presidente Jair Bolsonaro foi acusado nesta sexta-feira, 24, pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a relatórios de inteligência sigilosos. Segundo Moro, Bolsonaro relatou em conversas preocupação com o andamento de inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Um deles foi aberto no ano passado para apurar ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares. Conforme informou o Estado, essa investigação sigilosa já identificou a atuação de empresários bolsonaristas contra a Corte e mira a militância digital do presidente nas redes. Outro processo foi aberto nesta semana para apurar atos antidemocráticos convocados contra o STF e o Congresso – um deles contou com a participação de Bolsonaro no último domingo.
Cobrado pelos colegas, o procurador-geral da República, Augusto Aras, decidiu nesta sexta-feira pedir ao STF que investigue as acusações feitas por Moro. Bolsonaro rechaçou as declarações do ex-ministro e disse que nunca pediu a Moro o andamento de qualquer processo “até porque a inteligência com ele perdeu espaço na Justiça”.