Pelo menos 700.000 menores de idade na Itália estão com a alimentação comprometida devido à crise gerada pelo novo coronavírus. O fechamento de colégios e refeitórios escolares agravou o estado de precariedade de famílias de baixa renda, que não têm dinheiro suficiente para manter em casa o mesmo padrão de alimentação que era oferecido pelas escolas, diz a Coldiretti, principal organização agrícola do país.
“O número de pessoas com menos de 15 anos que precisam de ajuda para ter leite ou comer subiu para 700 mil”, afirma a Coldiretti em um comunicado publicado neste domingo (10). “A situação crítica vinculada à pandemia se agravou em muitas famílias pelo fechamento dos colégios e dos restaurantes escolares, que eram a oportunidade para garantir aos filhos uma refeição quente”, destaca o sindicato agrícola. Essa situação tende a se agravar, uma vez que os estabelecimenos de ensino ficarão fechados até setembro.
Entre os novos pobres estão “as famílias dos que perderam o emprego temporário, os pequenos comerciantes ou artesãos que foram obrigados a fechar, as pessoas que trabalham clandestinamente e não recebem subsídios especiais ou benefícios públicos e não têm economias, assim como vários trabalhadores sazonais ou que realizam atividades ocasionais”. As dificuldades afetam toda a península, mas algumas regiões do sul apresentam um quadro ainda mais desolador. Um total de 20% dos pobres estão na Campania, 14% na Calábria e 11% na Sicília.
A Coldiretti constatou em abril um aumento dos preços das frutas (+8,4%), legumes (+5%) e leite (+4,1%). Além da “corrida às compras” pela quarentena, esses aumentos estão relacionados ao fechamento de bares, restaurantes e mercados locais em muitas regiões, afirma o Coldiretti.
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