Porto Alegre, quarta, 25 de setembro de 2024
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Exportações da indústria no Rio Grande do Sul caem 14,7%. Queda de abril foi a sétima consecutiva, enquanto no  acumulado do ano retração é ainda maior, superior a 23%

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As exportações da indústria gaúcha somaram US$ 760,9 milhões em abril, queda de 14,7% na comparação com o mesmo mês de 2019. Foi a sétima retração consecutiva. Assim, desde outubro de 2019, as exportações no setor registram recuos. “A pandemia do coronavírus provocou a retração da produção e do consumo global, o que derrubou as exportações da indústria. Porém, desde o ano passado já registrávamos dificuldades por conta da crise na Argentina e desaceleração dos Estados Unidos. Por enquanto, ainda não temos como projetar quando a situação externa vai melhorar e quais os impactos dessa crise nas relações comerciais entre os países”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry.
A análise por setores mostra que, dos 23 segmentos da indústria de transformação que tiveram algum embarque em abril, 21 registraram queda sob a base de comparação mensal. Veículos automotores (-49,2%) e Couro e calçados (-49,5%) foram os que mais sofreram, seguidos de Máquinas e equipamentos (-35,5%), Tabaco (-34,5%) e Químicos (-34,3%). O menor comércio das indústrias gaúchas com a Argentina no período (-46,9%) tem maior peso na queda dos setores de Veículos automotores e Couro e calçados, e a redução do volume para os Estados Unidos (-21,8%) auxilia nesses resultados. Os segmentos de Máquinas e equipamentos e Químicos sofrem com a menor demanda por insumos por conta da menor atividade, enquanto Tabaco ainda carrega o resultado dos embarques antecipados do final de 2019.
A queda nas vendas externas da indústria no RS só não foi maior porque o setor de Alimentos, mais uma vez, impediu que ela fosse mais intensa. Na comparação mensal, o setor cresceu 63,9%, atingindo a 12ª variação positiva consecutiva. A China continua sendo a principal compradora, mesmo com a pandemia, com um crescimento de 286%. A Coréia do Sul também contribui para os maiores embarques do setor, pois seu rebanho foi afetado pela peste suína africana e a demanda por esse tipo de produto do RS continua forte. Os grupos de Carne de frango in natura (+26,3%) e Carne de suíno in natura (+52,9%) são responsáveis pelo desempenho do setor.
No acumulado de 2020, as exportações industriais também registraram forte recuo: atingiram US$ 3,2 bilhões, queda de 23,5% em relação ao mesmo período de 2019. O bom volume de comércio com a China no último mês, mais de 22%, permitiu que entre janeiro e abril houvesse uma pequena recuperação (-5,5%) das exportações para aquele país. Porém, em sentido contrário, os embarques para os Estados Unidos ainda sofrem no período, com -25,4%.

Tanto no resultado mensal quanto no acumulado do ano, o Rio Grande do Sul continua como sétimo no ranking dos estados brasileiros exportadores, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Pará.

IMPORTAÇÕES Embora nas importações o Rio Grande do Sul tenha adquirido US$ 560,5 milhões em mercadorias em abril, com crescimento de 6,4% ante o mesmo mês do ano passado, no acumulado do ano o Estado  comprou US$ 2,2 bilhões, queda de 22,3% em relação a 2019. Em abril, houve um aumento atípico nas importações dos EUA (135,1%) na comparação mensal, puxada por uma grande compra de óleos brutos de petróleo. O comércio com a China, por sua vez, sofreu a maior queda mensal do ano, de 35,5%, devido à menor demanda gaúcha no setor de Químicos.