Porto Alegre, sexta, 20 de setembro de 2024
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Moro critica Aras e teme ‘revisionismo’ da Lava Jato; O Estado de São Paulo

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Ex-ministro e ex-juiz defende, em entrevista ao ‘Estadão’, ‘autonomia funcional’ das forças-tarefa após o procurador-geral questionar núcleos específicos de investigações. O ex-ministro Sérgio Moro e o procurador-geral da República Augusto Aras durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto, em setembro de 2019. Foto: Dida Sampaio / Estadão

 

 

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, criticou nesta sexta-feira, 3, manifestações do procurador-geral da República, Augusto Aras, que questiona a necessidade de haver forças-tarefa dedicadas a investigações específicas. Moro, ex-juiz federal em Curitiba, defendeu a ‘autonomia funcional’ das forças-tarefa e atacou o que classificou como tentativa de ‘revisionismo’ da Operação Lava Jato.

“Elas (forças-tarefa) são uma criação brasileira absolutamente necessária para se ter uma equipe de procuradores e policiais dedicados a investigar esses crimes mais complexos”, afirmou o ex-ministro em entrevista à colunista Eliane Cantanhêde e ao repórter Fausto Macedo no portal do Estadão. “Não entendo essa lógica do revisionismo, como se a Lava Jato não representou algo extremamente positivo, que foi uma grande vitória contra a impunidade da grande corrupção. Quem ataca a Lava Jato hoje eu sinceramente não entendo bem onde quer chegar.”

Nos últimos dias, procuradores federais e a cúpula da PGR entraram em choque após Aras determinar diligência para o compartilhamento de dados da Lava Jato no Paraná, em São Paulo e no Rio. O procurador-geral da República propôs a criação da Unidade Nacional Anticorrupção (Unac) no Ministério Público Federal (MPF), o que centralizaria em Brasília o controle de operações e prevê que as bases de dados das forças-tarefa sejam administradas por uma secretaria ligada à PGR.

Caberá a Aras, em agosto, decidir se prorroga ou desfaz a força-tarefa da capital paranaense. A atual briga entre o comando da PGR e os grupos de trabalho resultou num pedido de investigação na corregedoria do órgão, depois que procuradores da Lava Jato no Paraná se rebelaram contra um pedido por acesso a dados sigilosos da operação, feito pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo.

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