Os repórteres Keith Bradsher e Steven Lee Myers, informam no site do jornal New York Times, que a China resolveu responder aos Estados Unidos na mesma moeda. Após os norte-americanos anunciarem o fechamento do consulado da China em Houston, a China anunciou na sexta-feira que havia ordenado aos Estados Unidos que fechassem seu consulado na cidade de Chengdu, no sudoeste do país asiático.
O fechamento do consulado “olho por olho” foi mais uma reviravolta na deterioração das relações entre Washington e Pequim, talvez a mais grave ainda. Movimentos anteriores dos dois lados incluíram restrições de visto, novas regras de viagem para diplomatas e expulsão de correspondentes estrangeiros. Ao encerrar as missões diplomáticas, no entanto, os dois países parecem avançar inexoravelmente em direção a uma divisão mais profunda.
O anúncio do Ministério das Relações Exteriores em Pequim veio horas depois que o Secretário de Estado Mike Pompeo fez um discurso resumindo a posição cada vez mais agressiva do governo Trump em relação à China em praticamente todos os aspectos do relacionamento – do comércio à tecnologia.
“Devemos admitir uma dura verdade que deve nos guiar nos próximos anos e décadas, que, se queremos ter um século XXI livre, e não o século chinês com o qual Xi Jinping sonha, o velho paradigma do compromisso cego com a China simplesmente não será feito ”, disse Pompeo na quinta-feira. “Não devemos continuar e não devemos voltar a ele.”
Ele falou na Califórnia na biblioteca do presidente Richard M. Nixon, cuja visita à China em 1972 iniciou uma nova era de relações que, segundo ele, a China explorava em desvantagem nos Estados Unidos. Sua referência ao fechamento do consulado em Houston foi recebida com uma salva de palmas.
As autoridades chinesas reagiram com raiva às medidas do governo, acusando Pompeo e outros de adotar uma mentalidade da Guerra Fria. Eles negaram ou subestimaram muitas das acusações, incluindo que o consulado em Houston era um centro de atividades ilegais. A ordem de Pequim para fechar o consulado dos EUA em Chengdu, o mais ocidental dos cinco consulados americanos na China continental, priva os Estados Unidos de seu posto diplomático mais valioso por coletar informações sobre Xinjiang e Tibete, as duas regiões às vezes mais inquietas do extremo oeste da China.
Ambas as regiões foram o local de amplas ações de segurança que atraíram críticas internacionais por violações dos direitos humanos. As autoridades chinesas insistem em respeitar as normas internacionais.
Leia outras notícias e a repercussão sobre o caso no site do The New York Times.
