Aos 70 anos, Paulo Paim ainda embarga a voz ao recordar de um fato que marcou a sua infância. Foi em 1960, quando ele foi ao enterro do marido de uma prima, a qual o senador chama de irmã. O homem morto, um negro, havia se deparado com uma batida policial e optara por correr.
“Sempre ouvi na família que negro parado é suspeito, correndo é culpado. Ele decidiu correr. Levou um tiro na cabeça e caiu morto”, conta o senador (PT-RS). O episódio marcou a vida de Paim, que fez da política seu ambiente de transformação.
Um dos poucos senadores negros no Congresso, o gaúcho afirma que o Parlamento espelha a desigualdade racial e defende a discussão de cotas para negros em campanhas políticas.
Para o ex-líder sindical e um dos idealizadores do Estatuto da Igualdade Racial (que completou dez anos de aprovação em julho), a presença de Sérgio Camargo à frente da Fundação Cultural Palmares é incompatível.
“O homem errado, na hora errada, e que a história há de contar como alguém que negou seu próprio povo.”
Leia mais na Folha de São Paulo