Porto Alegre, sábado, 28 de setembro de 2024
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PLs de logística reversa podem agravar dificuldades enfrentadas por catadores de Porto Alegre; Jornal do Comércio

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Assim como catadores e cooperativas, UTs também são responsáveis pela separação dos resíduos MARCELO G. RIBEIRO/JC

 

 

As cooperativas de reciclagem, unidades de triagem (UTs) e os catadores da Capital se sentiram excluídos dos projetos de lei (PLs) de logística reversa apresentados pela prefeitura de Porto Alegre em agosto. Os PLs buscam implementar o Sistema de Gerenciamento de Resíduo (SGR), um cadastro que permite que qualquer pessoa ou empresa possa se candidatar para coletar, transportar e dar a destinação final de resíduos sólidos de grandes geradores. O problema é que o sistema não inclui e nem incentiva os catadores, fazendo com que a categoria corra risco de ter diminuição dos postos de trabalho.

Atualmente, Porto Alegre conta com 16 UTs contratadas pelo município. Assim como os catadores independentes e as cooperativas de reciclagem, as UTs também são responsáveis pela separação dos resíduos sólidos recolhidos pelo sistema de coleta seletiva. De acordo com a presidente da Unidade de Triagem Vila Pinto e secretária do Fórum de Unidades de Triagem e Catadores de Porto Alegre, Ana Paula Medeiros, as UTs são responsáveis por separar e comercializar 35 diferentes tipos de resíduos. Caso os PLs sejam aprovados, a categoria vai perder esse trabalho e, ainda, enfrentará uma concorrência desleal com os grandes geradores aptos pelo SGR.

“Os grandes geradores têm interesse no resíduo sólido que é nobre, dá dinheiro, não ocupa espaço e que faz menos sujeira, mas não é só isso que chega nas UTs. A categoria tem um trabalho muito maior do que se imagina”, contextualiza Ana Paula. Ela explica que, se uma empresa de papel que costuma comprar resíduos de quem separa quiser se candidatar para receber os resíduos de um grande gerador, ela pode. “Isso abre um leque de concorrência para pessoas que muitas vezes nem são do ramo, mas enxergam nisso uma oportunidade financeira. Por exemplo, poucas UTs têm caminhão para fazer o transporte, então uma empresa que tem já sai ganhando.”

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