Porto Alegre, sábado, 28 de setembro de 2024
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Volta às aulas em Porto Alegre: ‘Prefeitura quer que a gente se responsabilize por tudo o que ela não fez’; Sul 21

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Foto: Guilherme Santos/Sul21

 

 

A Prefeitura de Porto Alegre divulgou que as escolas públicas da Capital atenderam 1.788 crianças de zero a cinco anos nesta segunda-feira (5), o primeiro dia da volta às aulas na educação infantil. Segundo o governo do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), o número se refere a 159 instituições de ensino municipais e comunitárias. O cronograma da Prefeitura prevê que na próxima segunda (13) começará a liberação da alimentação e atividades de apoio para os demais níveis da educação básica, com o retorno dos anos iniciais do ensino fundamental no dia 19 de outubro.

A dúvida que persiste, no entanto, é sobre as reais condições de as escolas municipais reabrirem as portas neste momento da pandemia em Porto Alegre. Nesta segunda, enquanto a Prefeitura comemorava a retomada das aulas presenciais, mais de 800 servidores se reuniram em assembleia on-line e decidiram manter o estado de greve. “A mobilização é uma resposta à intransigência de Marchezan que insiste em manter a retomada das atividades presenciais nas escolas mesmo sem haver condições sanitárias adequadas à proteção da saúde de crianças, servidores e da comunidade escolar como um todo”, explica o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa).

Ângelo Barbosa, diretor da EMEF Saint Hilaire, afirma que sua escola não tem condições de retornar às aulas e cumprir os protocolos estabelecidos pela Prefeitura. Faltam equipamentos, falta treinamento sobre como agir neste momento grave, falta infraestrutura. Apenas nesta segunda (5), no mesmo dia da reabertura das escolas de educação infantil, o governo Marchezan realizou uma formação on-line com os educadores da rede de ensino e explicou os protocolos sanitários. Profissionais dizem que o e-mail informando sobre o treinamento foi enviado poucas horas antes do início da transmissão. E embora a Prefeitura divulgue que repassou R$ 2,5 milhões como verba extra para as escolas comprarem os materiais de segurança e prevenção contra o coronavírus, esse recurso entrou na conta das instituições somente na última sexta-feira (2).

“Não tenho segurança de que vou conseguir aplicar esse dinheiro. Vou ter que passar por cartório, é uma nova gestão. As direções foram nomeadas no meio do processo da pandemia”, afirma o diretor da EMEF Saint Hilaire. Ainda que tenha sido reconduzido ao cargo, ele explica que trâmites burocráticos precisam ser refeitos. “É uma série de coisas colaborando para que não funcione.”

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