Porto Alegre, sábado, 28 de setembro de 2024
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Decisões de Kassio explicam irritação de evangélicos com indicação ao STF; Correio Braziliense

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Indicação do desembargador Kassio Marques para uma cadeira no Supremo abre uma crise com os líderes religiosos com Bolsonaro por ser considerada um "retrocesso" em temas fundamentais para os cristãos. Presidente promete que próxima vaga será de um evangélico (crédito: Ramon Pereira/Ascom-TRF1)

 

 

De um dia para o outro, o presidente Jair Bolsonaro viu mudar o prestígio entre os evangélicos. Tão bem quisto por esse grupo religioso, que o apoia desde as eleições de 2018, o presidente se tornou alvo de críticas e passou a ser chamado de “traidor” depois de ter indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF) o desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O ataque foi uma reação ao fato de Bolsonaro não ter cumprido com a promessa de escolher um nome “terrivelmente evangélico” para ocupar uma cadeira na Suprema Corte, mas também representa um receio do segmento de que o presidente esteja deixando de lado temas fundamentais para os cristãos, dentre eles a defesa do conservadorismo e a criminalização do aborto.

Na visão de algumas lideranças evangélicas, a nomeação de Kassio significa um retrocesso para as questões que envolvem os interesses da religião. Desde que Bolsonaro anunciou a escolha pelo desembargador, o passado de Kassio foi minimamente analisado e, entre as descobertas, foi revelado que em sua tese de mestrado, cujo tema foi a Concretização judicial do direito à saúde, Kassio citou a legalização do aborto nos Estados Unidos e não fez ressalvas à prática. No mesmo documento acadêmico, o candidato ao STF defendeu que o Judiciário pode ser acionado para fazer frente a maioria conservadora.

Em outra publicação, desta vez em uma edição de 2014 da revista do TRF-1, o desembargador trata sobre o salário-maternidade às índias Maxakali, de Minas Gerais. Além de ser a favor que elas tenham direito ao benefício previdenciário antes dos 16 anos, Kassio não mostra objeções quanto à cultura do grupo indígena que defende uma precoce iniciação sexual das adolescentes Maxakali, a partir dos 13 anos, e que elas tenham relações com vários índios para facilitar a gestação.

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